O Desafio de APC
Em primeiro lugar, tal como a Paula também gosto do número 7. e do 3, e do 5 e do 11. acho-os todos mágicos. Ah! Mas as capicuas… as capicuas levam-me a um estado de segurança plena numa fé incontrolável no inexplicável estapafúrdio, em tudo o que faço. Se a matrícula do carro for uma capicua mando logo embrulhar mesmo se ele for verde alface.
Em segundo lugar, não estou a responder aleatoriamente às questões: quando falamos sobre nós elas são sempre pensadas. E assim estou a ser racional (3) embora, paradoxalmente eu viva à tona das emoções, (4) de tal modo que já rotularam o meu temperamento de espontaneidade excêntrica quando, extemporaneamente (5), tenho a reacção ou faço surtir o efeito da causa, tarde demais.
Faltam mais duas questões.
Eu conheço-me mas pedi ajuda cá em casa na enumeração dos meus defeitos e qualidades para evitar aquela coisa desagradável que se forma entre a imagem real e a imagem virtual, ou seja, evitar aquela mania que temos de julgar que somos um exemplar para a humanidade.
Os defeitos saíram de rajada. Quanto às qualidades, embasbacavam, hesitavam, demoravam… o que me deixou intrigada e, principalmente, algo furiosa, quase a explodir. Então eu não tinha qualidades? Ora esta!!!
Defeitos:
Forreta
(que mentira! Vingança deles porque não os deixo colocar mais que uma fatia de queijo no pão)
Picuinhas, porque se é é, e se não é, não é, mas uma vez sendo tem que ser.
Qualidades:
Brincalhona e inteligente. Ok! Gostei. Mais!... Generosa. Empenhada.
Esperem lá! Como é que eu sou generosa quando sou forreta?
Pois! Havia aqui uma contradição.
De modo que quando afirmaram que eu era empenhada no que fazia não sabiam se qualificar o meu empenhamento como defeito ou qualidade na medida em que ele tocava os píncaros do fanatismo.
Bom! Como faltam duas questões eu arrisco por mim própria.
Sou despassarada, e nos voos que faço lá pelo alto, tão alto, quase sempre caio a pique, perdendo penas na queda livre e estatelando-me no asfalto, para depois, na minha natureza despassarada, levantar-me, sacudir as penas que restam e levantar voo novamente.
Sou desenrascada, e no meu querer quase lunático de querer ultrapassar obstáculos tenho atitudes completamente líricas como enveredar por vias de sentido proibido ou meter-me à frente da camioneta para o motorista me abrir a porta. Claro que meter-me na frente do metro está fora de questão.
da Leonor