Ex Improviso

Mínimo sou, mas quando ao Nada empresto a minha elementar realidade, o Nada é só o Resto. Reinaldo Ferreira

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Dizem que sou como o sol mas com nuvens como na Cornualha

Friday, November 28, 2008

Aprender uma língua


Começamos o dia com Matemática.
Dois quadrados de cartolina verde para dividir ao meio: quatro triângulos equiláteros.
Os alunos montaram uma árvore de natal sobrepondo os triângulos na vertical numa folha de papel cavalinho.

A instrução no quadro dizia:
agora decorem a árvore com :
- meia dúzia de pinhas
- uma dúzia de bolinhas
- meia dezena de presentes
- uma dezena de sinos

Nichita, que integrou a turma em Abril, vindo directamente da Moldávia sem saber uma palavra de português, lá vai na aprendizagem da sua segunda língua de vento em popa.
Diariamente faz perguntas num sotaque romeno acentuadíssimo:
- Professora – perguntou hoje – o que é pinhas?

Desenhei um pinheiro – nunca desenhei tanto na vida – e, no meu traço desajeitado para o desenho, fiz algumas pinhas.

A Bruna lembrou-se que os campos da escola tinham pinhas e foi buscar uma para o Nichita ver.

Acabamos o dia com Língua Portuguesa.
“O gato tem medo do pato. O pato tem medo do gato. O rato tem medo do rato e o pardal não tem medo de ninguém” (mas quem é que escreve estas coisas para os miúdos?)
- Professora, o que é pardal? – perguntou o Nichita.
- É um pássaro. - respondi-lhe eu.

“Olha, queres ver que ainda temos de ir lá fora procurar um pardal?”, Comentou o David mais ou menos em voz baixa.
Leonoreta

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