Os mimos da Isabel
Isabel
http://sophiamar.blogspot.com/
obrigado pelo certificado
BLOG 5 ESTRELAS
Sabes que fico sempre sem palavras quando ganho estas surpresas dos amigos e por isso nunca agradeço como devia agradecer. Devia agora nomear mais uns quantos blogs para continuar a corrente. Não o farei todavia. E tu sabes porquê Isabel, porque fico numa angústia terrível por ter sido obrigada a deixar alguns de fora e eu sei que me perdoas porque, numa afinidade inexplicável, me compreendes desde o primeiro contacto feito aqui nestes sítios de posts e mensagens.
Devo-te um MÊME Isabel, lembras-te? Finalmente cumpro. Aproveitei estas férias de Agosto e andei a tirar fotos pela cidade fora para te fazer a vontade. Unicamente para retribuir as tuas gentilezas para comigo e que eu adoro.
Falarei da minha cidade, Almada.
A cidade onde vivo é muito bonita e "juro-te" que te digo isto com o coração ao largo. Nela estou desde que nasci. Nela me fiz gente. Senti-lhe a falta quando há dois anos me vi obrigada a deixá-la por motivos profissionais. Quis partir os móveis a pontapé e lançar toda a minha louça (até os pratos de Vista Alegre que me calharam em herança pela morte da bisavó) pela janela das traseiras mas a minha mãe pegou-me no braço quando ele já ia no ar, dizendo-me "não filha, é proibido sujar a rua." e já bastava o prejuízo da alma.
A minha cidade tem muitos sítios mas falarei apenas naqueles que me foram muito especiais pelas pessoas que neles encontrei e me ajudaram a construir o meu ser. São as pessoas... não são os sitios. Em qualquer tempo.
A minha escola primária fica em frente à minha casa. Carolina Branco Diniz era o nome da minha única professora. Dona de uns olhos azuis transparentes e um bigode de respeito distribuía reguadas a torto e a direito. Não sei como escapei à ferocidade daquele pau. Mas como havia ela de dar por mim perdida naquela carteira tão grande de tampo inclinado na qual eu me sentei sempre, durante os quatro anos, com as pernas a dar a dar. Dona Carolina, eu não gostava do modo como usava a régua nas minhas colegas e assustava-me quando ela batia na mão da minha companheira... mas sabe, professora, algumas vezes me vejo a imitá-la nalgumas das suas atitudes na minha sala de aula.
Os meus primeiros amigos da rua (os meus vizinhos do lado). Começo pela mais pequena: a Céu, o Jorge, o Marinho e aquela lá do fundo... sou eu. Estamos sentados no muro da escola. O Jorge já morreu. A dona Odete - a mãe deles - foi para a terra há uns quinze anos. O Marinho foi uns anos a seguir. A Céu mudou de cidade. As coisas mudaram. As coisas mudam sempre e eu às vezes não gosto que mudem. Vemo-nos pouco agora mas ainda vamos sabendo uns dos outros.
O meu liceu. Na Primavera o sol aquecia o pátio e convidava a faltar às aulas. Por vezes uma falta não fazia mal e ficava-se a conversar cá fora uma horita. Havia quem ficasse o dia todo a "palrar" e antes do final do 2º período já tinha chumbado por faltas. Enfim! Tentei lembrar-me dos meus professores e apenas recordo quatro.
A minha universidade. Fugi às pinturas da praxe mas a comissão de estudantes apanhou-me uns dias depois, a mim e a algumas colegas. Consegui fugir pela segunda vez, negociando com eles um bolo que eu tinha de fazer em casa.
Os meus primeiros amigos da rua (os meus vizinhos do lado). Começo pela mais pequena: a Céu, o Jorge, o Marinho e aquela lá do fundo... sou eu. Estamos sentados no muro da escola. O Jorge já morreu. A dona Odete - a mãe deles - foi para a terra há uns quinze anos. O Marinho foi uns anos a seguir. A Céu mudou de cidade. As coisas mudaram. As coisas mudam sempre e eu às vezes não gosto que mudem. Vemo-nos pouco agora mas ainda vamos sabendo uns dos outros.
O meu liceu. Na Primavera o sol aquecia o pátio e convidava a faltar às aulas. Por vezes uma falta não fazia mal e ficava-se a conversar cá fora uma horita. Havia quem ficasse o dia todo a "palrar" e antes do final do 2º período já tinha chumbado por faltas. Enfim! Tentei lembrar-me dos meus professores e apenas recordo quatro.
A minha universidade. Fugi às pinturas da praxe mas a comissão de estudantes apanhou-me uns dias depois, a mim e a algumas colegas. Consegui fugir pela segunda vez, negociando com eles um bolo que eu tinha de fazer em casa.
Dois dias antes da queima das fitas a Nadine perguntou-me se´a minha madrinha já tinha comprado o ramo de flores da nossa variante (português/inglês).
- Qual ramo?
Telefonei para a minha madrinha a dizer que ela tinha de comprar um ramo de flores azuis.
- Já comprei, minha querida!
UFFF! Como é que eu ando sempre a leste?
Este é o alfarrabista que nunca mais abre as portas mas que nem por isso ainda derrubou as minhas esperanças de alcançar aquele livro que se encontra na segunda prateleira à direita junto da janela.
Este é o espaço que fica junto ao Fórum Romeu Correia, a biblioteca de Almada, que me suspendeu o cartão de leitor por cinco meses, levantado um mês depois quando, com olhos de carneiro mal morto, perguntei quanto tempo ainda tinha de castigo.
Isabel, não sei se correspondi ao que se pedia do Même. Confesso que eu nunca percebi lá muito bem o que era um Même. Também te poderia falar da Rua de Santo António para onde ia passear com as minhas tias todas as tardes nas férias de Verão, do café Aliança ou da pastelaria Gardy, da marina em frente ao Hotel Eva e da Alameda mas de lá só tenho a memória, não tenho fotografias.
Leonoreta