O Cabo das Tormentas
Quinta feira à noite o telejornal anuncia alerta laranja para o dia seguinte. Por outras palavras: vinha ai temporal do quase grosso.
Ana ouve a notícia e emudece. Não sabe lidar com as forças da natureza. Quando era pequena, um ciclone quase que a levou, nos seus oito anos pequeníssimos, trinta quilos de ossos e só cabelo, como a levou a Dorothy em o Feiticeiro de OZ. Leonor não dorme com o barulho da chuva que bate no tejadilho dos carros estacionados debaixo da janela do seu quarto.
Toca o despertador. A chuva e o vento ainda se ouvem zangados na rua. O rio está furioso. O cacilheiro parece de papel no meio daquelas ondas adamastoras. Ana olha as que vão subindo até à janela do primeiro andar. O barco inclina-se quatro vezes. Ela não aguenta os balanços que ameaçam acabar com a vida dela naquele instante. Fecha os olhos. Para Leonor a viagem é longa. Tem a certeza que não chegarão a atracar. Esquece-se de rezar. Entrega-se ao seja o que deus quiser.
Ana ouve a notícia e emudece. Não sabe lidar com as forças da natureza. Quando era pequena, um ciclone quase que a levou, nos seus oito anos pequeníssimos, trinta quilos de ossos e só cabelo, como a levou a Dorothy em o Feiticeiro de OZ. Leonor não dorme com o barulho da chuva que bate no tejadilho dos carros estacionados debaixo da janela do seu quarto.
Toca o despertador. A chuva e o vento ainda se ouvem zangados na rua. O rio está furioso. O cacilheiro parece de papel no meio daquelas ondas adamastoras. Ana olha as que vão subindo até à janela do primeiro andar. O barco inclina-se quatro vezes. Ela não aguenta os balanços que ameaçam acabar com a vida dela naquele instante. Fecha os olhos. Para Leonor a viagem é longa. Tem a certeza que não chegarão a atracar. Esquece-se de rezar. Entrega-se ao seja o que deus quiser.
Afinal o cabo das tormentas é ali no Tejo. Camões ter-se-ia enganado?
da Leonor