Um num milhão
Ana continuava a escrevinhar o seu romance no computador que usava particularmente como máquina de escrever. Longe iam os tempos em que a sua azert portátil de cor verde era o seu espaço de fruição da sua escrita improvisada.
Leonor gostava de espreitar as palavras no monitor por cima dos ombros de Ana.
- “Pensas que se fosse do nosso mais profundo desejo não me casaria contigo? Claro que sim! - Disse-lhe ele.” –repetiu Leonor.
Ana tinha parado de escrever. Não gostava que lhe espreitassem as frases mas aguardava numa calma mal disfarçada que Leonor se afastasse e a deixasse continuar.
- Bonito! – disse Leonor e sentou-se na frente de Ana pronta para dois dedos de conversa.
- A sociedade pós moderna relativizou os sentimentos, transformando - os de tabu a banalidades mas na sua essência o homem precisará sempre de amor, de palavras e de acções constantes que lhe lembrem que é querido. Não pode negar tais manifestações de si para o outro. Do outro para si...– disse Ana.
- Claro que não. Não precisas de justificares-te. Afinal o que tu escreveste é mesmo bonito. No fundo, no fundo, toda a mulher, em qualquer idade sonha com uma história de amor. Falo de mulheres porque não conheço os homens. Nunca saberia colocar na boca de um homem as palavras de um homem. As palavras que ele diria seriam sempre as palavras que eu, mulher, queria que ele dissesse. Seriam as minhas palavras e não as dele. Por exemplo, essa frase é linda, bem ao gosto dos ouvidos de uma mulher mas será que algum homem diria isso? – perguntou Leonor.
- Um num milhão dirá. – respondeu a Ana, continuando a escrever, deixando Leonor a pensar nas possibilidades de uma estatística tão reduzida existir.
Leonor gostava de espreitar as palavras no monitor por cima dos ombros de Ana.
- “Pensas que se fosse do nosso mais profundo desejo não me casaria contigo? Claro que sim! - Disse-lhe ele.” –repetiu Leonor.
Ana tinha parado de escrever. Não gostava que lhe espreitassem as frases mas aguardava numa calma mal disfarçada que Leonor se afastasse e a deixasse continuar.
- Bonito! – disse Leonor e sentou-se na frente de Ana pronta para dois dedos de conversa.
- A sociedade pós moderna relativizou os sentimentos, transformando - os de tabu a banalidades mas na sua essência o homem precisará sempre de amor, de palavras e de acções constantes que lhe lembrem que é querido. Não pode negar tais manifestações de si para o outro. Do outro para si...– disse Ana.
- Claro que não. Não precisas de justificares-te. Afinal o que tu escreveste é mesmo bonito. No fundo, no fundo, toda a mulher, em qualquer idade sonha com uma história de amor. Falo de mulheres porque não conheço os homens. Nunca saberia colocar na boca de um homem as palavras de um homem. As palavras que ele diria seriam sempre as palavras que eu, mulher, queria que ele dissesse. Seriam as minhas palavras e não as dele. Por exemplo, essa frase é linda, bem ao gosto dos ouvidos de uma mulher mas será que algum homem diria isso? – perguntou Leonor.
- Um num milhão dirá. – respondeu a Ana, continuando a escrever, deixando Leonor a pensar nas possibilidades de uma estatística tão reduzida existir.
da Leonor