Os cucos cantam no verão
Pa, pe, pi, po, pu.
Pipa, pai, pau.
Ta, te, ti, to, tu.
Pato, tia, teia.
La, le, li, lo, lu.
Lula, lata, lua.
Ma, me, mi, mo, um.
Mala, mãe, mão.
E assim vou ajudando a descobrir as vinte e três letras do nosso alfabeto. Devagarinho os miúdos vão descobrindo as famílias de sílabas, os ditongos.
Aproxima-se a letra C. E quando ela chega passo à frente. Dou o D e o V, mas não posso adiar mais. O C é fundamental na formação das palavras. Os pintainhos ainda são muito pequenos para qualquer tipo de indução maldosa. Porém o 3º ano está sempre atento às explicações do 1º, chegando a parar de trabalhar para ouvirem novamente a descoberta do código linguístico.
O 3º ano é perigoso. Ainda no outro dia mandei-os fazer o masculino de alguns nomes. Escrevi no quadro o que me veio à cabeça aleatoriamente, sendo um deles “cozinha”. A homofonia da palavra no masculino levou a turma ao rubro da risota e quando dei pelo que tinha feito só me restou corar num sorriso mal disfarçado.
Todavia, agora não queria correr o risco novamente. Aproveito a hora da educação física em que os mais velhos saem para o ringue e eu fico com os mais pequenos na sala.
Escrevo no quadro ca, co, cu ao mesmo tempo que preparo já mentalmente um eventual chiu mal encarado para o caso de algum atrevimento. Leio. Nada acontece. Eles repetem. Dizem palavras com ca, cadela; com co, copo; e cu, cuco.
- Sabem o que é um cuco?- perguntei.
- Sabemos! É um pássaro que só canta no verão.
Ajudando os pais nas lides dos campos, claro que sabem o que são cucos. Eu, que do campo só conheço os romances de Miguel Torga, é que não sabia que os cucos só cantavam no verão.
Pipa, pai, pau.
Ta, te, ti, to, tu.
Pato, tia, teia.
La, le, li, lo, lu.
Lula, lata, lua.
Ma, me, mi, mo, um.
Mala, mãe, mão.
E assim vou ajudando a descobrir as vinte e três letras do nosso alfabeto. Devagarinho os miúdos vão descobrindo as famílias de sílabas, os ditongos.
Aproxima-se a letra C. E quando ela chega passo à frente. Dou o D e o V, mas não posso adiar mais. O C é fundamental na formação das palavras. Os pintainhos ainda são muito pequenos para qualquer tipo de indução maldosa. Porém o 3º ano está sempre atento às explicações do 1º, chegando a parar de trabalhar para ouvirem novamente a descoberta do código linguístico.
O 3º ano é perigoso. Ainda no outro dia mandei-os fazer o masculino de alguns nomes. Escrevi no quadro o que me veio à cabeça aleatoriamente, sendo um deles “cozinha”. A homofonia da palavra no masculino levou a turma ao rubro da risota e quando dei pelo que tinha feito só me restou corar num sorriso mal disfarçado.
Todavia, agora não queria correr o risco novamente. Aproveito a hora da educação física em que os mais velhos saem para o ringue e eu fico com os mais pequenos na sala.
Escrevo no quadro ca, co, cu ao mesmo tempo que preparo já mentalmente um eventual chiu mal encarado para o caso de algum atrevimento. Leio. Nada acontece. Eles repetem. Dizem palavras com ca, cadela; com co, copo; e cu, cuco.
- Sabem o que é um cuco?- perguntei.
- Sabemos! É um pássaro que só canta no verão.
Ajudando os pais nas lides dos campos, claro que sabem o que são cucos. Eu, que do campo só conheço os romances de Miguel Torga, é que não sabia que os cucos só cantavam no verão.
da Leonor