Não faltava mais nada!
VP e Leonor apreciavam a imensidão do mar do alto da arriba naquela tarde de verão quente. Sol escaldante. Pela testa de Leonor escorriam grossas gotas de suor. Ela soprava de impaciência, ansiando o momento em que a inspiração fotográfica acabasse ao VP, que submerso naquilo que gosta esquece todo o resto.
Lá em baixo, num pontão sobre o mar, umas quinhentas pessoas esperavam sentadas em cadeiras, dispostas em filas magnificamente ordenadas o barco que os levaria a uma ilha ao largo.
De súbito, uma dessas pessoas, um senhor já de uma certa idade, cuja barriga se pendurava nuns calções patuscos de riscas brancas e azuis com meias brancas a saírem de umas sapatilhas puxadas até aos joelhos, levantou-se e aproximou-se da borda do pontão e grita: -Vejam aliiiiii. Imediatamente, numa histeria inexplicável todos os outros se precipitaram atrás dele, provocando um mergulho colectivo no mar da maior parte das pessoas que estavam mais à frente no pontão.
VP e Leonor observavam espantados e incrédulos. Numa fracção de segundos, a calma da tarde escaldante deu lugar a uma balbúrdia repentina. Recuperado do espanto, VP manda Leonor segurar o equipamento fotográfico e desce rápido pela ribanceira com o intuito de ajudar.
- Que maçada, bolas. Detesto segurar nestas coisas – reclamou Leonor – onde é que vais?
- Tentar evitar que as pessoas morram afogadas. – grita o VP
- ‘tás a brincar! São muitos, pá, ainda vais tu também... Não consegues. - Cada vez mais o VP se afastava e Leonor gritava para se fazer ouvir.
- Alguns hei-de conseguir salvar.
- Ooooora, tem paciência. Tens cada uma!
“Que coisa. Só a mim é que acontece disto. Eu à espera que ele tirasse as fotografias rápido para me ir embora e agora isto. Nunca mais chego a casa hoje. ‘tou que nem posso, a suar, cheia de poeira”. Leonor estava desesperada. Era sempre assim. Quanto mais depressa queria sair de um lugar mais se demorava para ir embora.
VP pega nas bóias penduradas no pontão e lança-as ao mar. Clama pela ajuda de Leonor.
- Quem? Eeeeeeu? Ah! Não faltava mais nada. Eles que não caíssem! Cambada de parvos! Olha, olha. Espera aí que já vou espatifar os meus calções Coronel Tapioca.
- Leonor, ajuda aqui a puxar o pessoal para cima. – insiste o VP.
- Isso é que era bom! Não vou, já disse! Anda embora. Deixa mas é isso da mão. Olha, posso telefonar para os bombeiros e já faço muito.
VP, junto da borda, de costas para a água não viu que alguém lhe segurava o tornozelo, puxando-o para a água. Na tentativa de controlar o equilíbrio, gira os braços desalmadamente enquanto grita, desesperado.
- Eeeeeeei! – quase grita a Leonor – não se pode dormir agora nesta casa? São quatro horas da manhã e estás nesse espectáculo? Queres acordar a vizinhança? Que cooooisa…
(Na manhã seguinte o VP contou-me o seu pesadelo e foi assim que o escrevi)
da Leonor
Lá em baixo, num pontão sobre o mar, umas quinhentas pessoas esperavam sentadas em cadeiras, dispostas em filas magnificamente ordenadas o barco que os levaria a uma ilha ao largo.
De súbito, uma dessas pessoas, um senhor já de uma certa idade, cuja barriga se pendurava nuns calções patuscos de riscas brancas e azuis com meias brancas a saírem de umas sapatilhas puxadas até aos joelhos, levantou-se e aproximou-se da borda do pontão e grita: -Vejam aliiiiii. Imediatamente, numa histeria inexplicável todos os outros se precipitaram atrás dele, provocando um mergulho colectivo no mar da maior parte das pessoas que estavam mais à frente no pontão.
VP e Leonor observavam espantados e incrédulos. Numa fracção de segundos, a calma da tarde escaldante deu lugar a uma balbúrdia repentina. Recuperado do espanto, VP manda Leonor segurar o equipamento fotográfico e desce rápido pela ribanceira com o intuito de ajudar.
- Que maçada, bolas. Detesto segurar nestas coisas – reclamou Leonor – onde é que vais?
- Tentar evitar que as pessoas morram afogadas. – grita o VP
- ‘tás a brincar! São muitos, pá, ainda vais tu também... Não consegues. - Cada vez mais o VP se afastava e Leonor gritava para se fazer ouvir.
- Alguns hei-de conseguir salvar.
- Ooooora, tem paciência. Tens cada uma!
“Que coisa. Só a mim é que acontece disto. Eu à espera que ele tirasse as fotografias rápido para me ir embora e agora isto. Nunca mais chego a casa hoje. ‘tou que nem posso, a suar, cheia de poeira”. Leonor estava desesperada. Era sempre assim. Quanto mais depressa queria sair de um lugar mais se demorava para ir embora.
VP pega nas bóias penduradas no pontão e lança-as ao mar. Clama pela ajuda de Leonor.
- Quem? Eeeeeeu? Ah! Não faltava mais nada. Eles que não caíssem! Cambada de parvos! Olha, olha. Espera aí que já vou espatifar os meus calções Coronel Tapioca.
- Leonor, ajuda aqui a puxar o pessoal para cima. – insiste o VP.
- Isso é que era bom! Não vou, já disse! Anda embora. Deixa mas é isso da mão. Olha, posso telefonar para os bombeiros e já faço muito.
VP, junto da borda, de costas para a água não viu que alguém lhe segurava o tornozelo, puxando-o para a água. Na tentativa de controlar o equilíbrio, gira os braços desalmadamente enquanto grita, desesperado.
- Eeeeeeei! – quase grita a Leonor – não se pode dormir agora nesta casa? São quatro horas da manhã e estás nesse espectáculo? Queres acordar a vizinhança? Que cooooisa…
(Na manhã seguinte o VP contou-me o seu pesadelo e foi assim que o escrevi)
da Leonor
31 Comments:
Para pesadelo não está mal, mas seres escolhida para a má da fita é que não é justo, o pesadelo nem era teu.
Um beijo. Augusto
Até me assustaste com o pesadelo...
Gostei muito de ler o teu "trabalho" desta semana.
Volto mais logo para comentar o que escreveste, nas calmas.
Agora vou vert o mar...
Um abraço.
É, um bom texto, feito conscientemente, com o sub-consciente do outro, sofre-se as causas consequencias do sonho, mas em contrapartida, fica a saber-se que nem em sonhos a Leonor é esquecida e isto é realmente a parte interessante e principal da questão, o resto é o argumento a envolvencia, que nos faz ficar agarrados ás palavras escritas, até ao desfecho final.
Está muito bem conseguido.
JMC
Ainda bem que foi um pesadelo!!! E vá lá que o VP acordou antes de se afogar, com o puxão no tornozelo!
E tu ali, à mão para uma ajuda. E ele pedindo, pedindo pedindo.
Os sonhos são assim, quase realidades, vindas muitas vezes não se sabe mto bem de onde (ou sabe-se).
Bom fim de semana para os dois e beijinhos
Ana Joana
Querida Leonor!
Como eu já estava a pensar mal de ti!
"Mas que falta de humanidade tem esta mulher!"
Ah ah ah
Estupendo este teu post!
Mas isso já é habitual!
Ler-te é sempre um enorme prazer!
Muito beijinhos
LOLOLOL
Ainda acreditei que tinha sido real.. Mas para pesadelo até até não foi assim tão mau.;)
beijinho grande querida Leonor -*****
Para JMC
ola.
e mais uma vez fiquei muito vaidosa com o seu comentario. bem vistas as coisas disse tudo em poucas palavras o que havia para dizer.
obrigado.
abraço da leonoreta
para Ana Joana
ola.
se os sonhos são algum fragmento da realidade ( ou não)... assim de repente de quem eu me lembro que poderia explicar a questão... só Freud mesmo, rsss
beijinhos da leonoreta
Querida Leonor!
Aqui estou eu de novo.
De facto, hoje estás mesmo bem disposta.
Até o comentário que fizeste lá no meu canto está bem humorado.
E repito:
Ler-te é sempre um enorme prazer.
Beijinhos
rsss....um pesadelo repleto de espírito de aventura...
belo o teu texto.
boa viagem para cima e beijokas
Um abraço para o VP, outro para ti.
... espero que os pesadelos findem, mas se continuarem a render bons momentos como esse...
:)
De repente, quase me asustei pensando q era verdade....... :))
Beijos
Olá, leonor!
Estou a ver que em pesadelos és muito mázinha!!Lolol
Gostei da forma como narras o dito cujo!
Bjs,
Querida Leonor
Eu sabia! Tinha que ser um grande pesadelo!!!
Porque se fosse real, tenho a certeza que eras a primeira a ir para a água :)
Beijinhos com muito carinho:)
Uma boa semana
um pesadelo
mas muito bem descrito, um texto bem elaborado, que já nos habituaste a ler-te assim
deu para ver que era algo inventado ou um sonho, jamais imaginaria a Leonor assim
gostei o trabalho do subconsciente, está realmente interessante esta "cumplicidade" que me consegui-o envolver
ler-te é sempre um prazer, acabo sair sempre a ganhar com a tua capacidade de escrever bem
beijinhos muitos para ti, menina linda
lena
Que delícia de texto, Leonor! Estou a imaginar-vos, às quatro da matina...rssss
Beijos. Vou daqui a sorrir.
Adorei o pormenor de não estragar os calções do coronel...Coitado, era uma forma de ser promovido, mas não lhe deste hipóteses.
Adoro ler-te!
Mesmo em pesadelo, ou se calhar por causa disso foste mesmo má... O VP quem o conhece sabe que foi igual a si próprio, mesmo num pesadelo... Bem, mas tu és a oposta aquela que retrataste, neste texto de qualidade super , a que já nos habituaste, isto claro, fora do pesadelo... Gostei muito, bjinhos Ricky
asustaste-me... pois eu detesto quando tenho pesadelos, o que se diga é raro...
besitos
a isso chamo um pesadelo voluntarioso....
Voltei cá, para vêr se havia novidades, e dou logo com o meu comentário em Anónimo? Logo eu que abomino os anónimos... que se terá passado?
Não interessa se tudo estiver bem.
Bjinhos Ricky
Querida Leonor,
Vi logo que este texto não era real porque tu não és uma mulher insensivel. Irias logo a correr para salvar os outros! O texto está excelente, muito bem escrito, bastante envolvente, parece que saiu de um livro...
Continua a escrever...!
Um abraço carinhoso!!!
Olá! Leonor
Um pesadelo que poderia ser real.
Está muito engraçado.
Para vós um bom fim de semana.
Beijinhos
Querida Leonor!
Desta vez venho aqui agradecer a tua visita e os teus comentários.
Imagino que já estás um pouco cansada das viagens, mas penso que no próximo ano estarás colocada mais pertinho de tua casa.
Beijinhos
Já tenho passado por aqui sem me atrever a comentar, mas hoje não resisto... Parabéns pelo pesadelo, ou seja, pelo texto :)
Ainda bem que era um sonho.
Não estava a perceber como é que a doce Leonor que eu conheço era tão fria...
Gostei da maneira como contaste o sonho. É uma delícia ler o que escreves.
Beijinhos e bom fim-de-semana.
Querida Leonor
Passei para te dar um beijo
com muita ternura :)
Bom fim de semana
Ai, rapariga, eu até jurava que era um facto real!! Mas que bem contado!!
Mas está cá a parecer-me que o VP quer-te colocar como a má cá do burgo... ai quer, quer... porque não te acho nada assim insensivel, antes pelo contrário, daquelas que largavam tudo para ir socorrer as pessoas. Ora conta aí, que não está aqui ninguém a ouvir?
Um abraço carinhoso e boa semana :)
Arrumar gavetas até q me parece uma boa terapia......:)))
beijos
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