Trabalhos de casa
Abro a porta da rua e sou apanhada pelo nevoeiro. Estamos em meados de Outubro mas aqui no Minho o nevoeiro é frequente logo pela manhã.
Aponto o comando para o meu Fiat Uno velho de tinta a cair aos bocados. Apesar do seu aspecto zombi cumpre a sua função, levando-me fielmente de casa para o trabalho e fazendo depois o percurso inverso.
Entro no carro. Dou à ignição. Acendo as luzes. Já na auto estrada atento às setas que me indicam a cidade do Porto. A determinada altura viro para Esposende. Passo a ponte velha de Fão. A trepidação provocada pelas suas frequentes lombas desmancha-me sempre a posição do retrovisor.
Antes do cemitério pleno de jazigos austeros viro para uma estrada única com casas de um lado e do outro, caixas de fósforos quase sempre de uma porta e duas janelas. Reduzo o andamento para não chocar com nenhuma bicicleta ou motoreta que surge repentina de caminhos paralelos. Ultrapasso o tractor do José Manuel. É a mãe que o transporta todos os dias de manhã para a escola indo de seguida para o campo.
Chego à escola. O cheiro a estrume dos campos cultivados invade o ar. Vejo o Marco António na sua bicicleta , carregando sempre um pendura com ele. Cabeça no ar. Bom coração. Conquistas os teus amigos com as boleias. Apesar dos valentes castigos traduzidos em tabuadas a multiplicar pelo número de vezes da minha vontade caprichosa de professora pode tudo, dizes-me sempre “bom dia professôara” com o melhor sorriso do mundo. Sua cabeça de vento. Fizeste o trabalho? Fiz sim, professôara.
Tenho andado sempre pelos bairros economica e socialmente carenciados de Lisboa. Pretos e ciganos na sua maioria. È a segunda vez que tenho uma turma só de miúdos brancos, de primeiro e de terceiro anos limpos sem osso, sem repetências.
Pelas nove horas em ponto os miúdos formam fila à porta da sala, esperando a minha ordem para entrar. E começa o dia: chamada, data no quadro, abrir cadernos para ver quem fez o dever de casa.
Passo nas primeiras mesas. Marco vistos a vermelho, contrariando as psicologias de alguns pedagogos que dizem que a referida cor desmotiva a aprendizagem dos petizes, traumatizando-os para toda a vida. Chego à vez da miuda de tranças que herdou o nome da avó materna: Modesta
- Professôara… num fiz os debiêres, doía-me a barriga.
- E agora dói-te?
- Nãoe. Já passoue.
- Então fazes no intervalo.
Modesta e os outros espantam-se pela ineficácia da desculpa, percebendo que rapidamente terão de arranjar outras. Filipe também não fez os trabalhos.
- Porque não fizeste?
- Fui ajudar a minha ábó a cortar milho para as bacas. Num consegui fazer. - A terminação “er” enche-lhe a cavidade bucal.
Fico num dilema. Privar a Modesta do intervalo pela desculpa esfarrapada e não privar o Filipe pela ajuda prestada… bom! Penso com os meus botões, por hoje o castigo mantém-se, é a minha malvada dignidade que está em jogo, amanhã não usarei o intervalo como punição se tiver de punir.
Tenho andado sempre por Lisboa, em bairros carenciados económica e socialmente, de brancos, pretos e ciganos, que não gostam e nem entendem a escola, que se desculpam com dores de barriga para fugirem aos deveres escolares. Mas o Filipe, a Jéssica, e outras tantas crianças da minha classe de oito anos de idade já conhecem a responsabilidade de ajudar a família no campo para garantir o sustento do clã.
Aponto o comando para o meu Fiat Uno velho de tinta a cair aos bocados. Apesar do seu aspecto zombi cumpre a sua função, levando-me fielmente de casa para o trabalho e fazendo depois o percurso inverso.
Entro no carro. Dou à ignição. Acendo as luzes. Já na auto estrada atento às setas que me indicam a cidade do Porto. A determinada altura viro para Esposende. Passo a ponte velha de Fão. A trepidação provocada pelas suas frequentes lombas desmancha-me sempre a posição do retrovisor.
Antes do cemitério pleno de jazigos austeros viro para uma estrada única com casas de um lado e do outro, caixas de fósforos quase sempre de uma porta e duas janelas. Reduzo o andamento para não chocar com nenhuma bicicleta ou motoreta que surge repentina de caminhos paralelos. Ultrapasso o tractor do José Manuel. É a mãe que o transporta todos os dias de manhã para a escola indo de seguida para o campo.
Chego à escola. O cheiro a estrume dos campos cultivados invade o ar. Vejo o Marco António na sua bicicleta , carregando sempre um pendura com ele. Cabeça no ar. Bom coração. Conquistas os teus amigos com as boleias. Apesar dos valentes castigos traduzidos em tabuadas a multiplicar pelo número de vezes da minha vontade caprichosa de professora pode tudo, dizes-me sempre “bom dia professôara” com o melhor sorriso do mundo. Sua cabeça de vento. Fizeste o trabalho? Fiz sim, professôara.
Tenho andado sempre pelos bairros economica e socialmente carenciados de Lisboa. Pretos e ciganos na sua maioria. È a segunda vez que tenho uma turma só de miúdos brancos, de primeiro e de terceiro anos limpos sem osso, sem repetências.
Pelas nove horas em ponto os miúdos formam fila à porta da sala, esperando a minha ordem para entrar. E começa o dia: chamada, data no quadro, abrir cadernos para ver quem fez o dever de casa.
Passo nas primeiras mesas. Marco vistos a vermelho, contrariando as psicologias de alguns pedagogos que dizem que a referida cor desmotiva a aprendizagem dos petizes, traumatizando-os para toda a vida. Chego à vez da miuda de tranças que herdou o nome da avó materna: Modesta
- Professôara… num fiz os debiêres, doía-me a barriga.
- E agora dói-te?
- Nãoe. Já passoue.
- Então fazes no intervalo.
Modesta e os outros espantam-se pela ineficácia da desculpa, percebendo que rapidamente terão de arranjar outras. Filipe também não fez os trabalhos.
- Porque não fizeste?
- Fui ajudar a minha ábó a cortar milho para as bacas. Num consegui fazer. - A terminação “er” enche-lhe a cavidade bucal.
Fico num dilema. Privar a Modesta do intervalo pela desculpa esfarrapada e não privar o Filipe pela ajuda prestada… bom! Penso com os meus botões, por hoje o castigo mantém-se, é a minha malvada dignidade que está em jogo, amanhã não usarei o intervalo como punição se tiver de punir.
Tenho andado sempre por Lisboa, em bairros carenciados económica e socialmente, de brancos, pretos e ciganos, que não gostam e nem entendem a escola, que se desculpam com dores de barriga para fugirem aos deveres escolares. Mas o Filipe, a Jéssica, e outras tantas crianças da minha classe de oito anos de idade já conhecem a responsabilidade de ajudar a família no campo para garantir o sustento do clã.
Muitas delas não irão longe nos estudos por falta de incentivo dos parentes para quem escrever o nome e fazer contas com "e vai um" é quanto basta para não se enganar nos trocos da mercearia. Não obstante, quando chegarem à idade de dezasseis anos já conhecem o mundo do trabalho, enquanto que os meninos de Lisboa conhecem o roubo.
Fiquei envergonhada.
Fiquei envergonhada.
da Leonor
41 Comments:
Ahhh! Cá temos a nossa "velha" Leonor a contar as suas aventuras por terras dos celtas!
Vai-te habituando à pronúncia, orifessora.
Vai.te habituando aos garotos.
Vai-te habituando, amiga, a ser aquela professora que sempre gostei, porque fazes a diferença.
É bom estar aqui de novo.
Um abraço.
Olá, Leonor!
Que bom ler os teus textos!
Delicio-me sempre quando venho fazer-te uma visitinha.´
Tenho a impressão que escreveria francamente melhor, se tivesse "apanhado" uma professora como tu, Leonor!
Como diz o tema dos GNR," é a pronuncia do norte"! São pessoas trabalhadoras e com grande coração!
Um abraço,
Olá Bela Leonoretta!
Lindo texto como sempre. Mas mais do que a beleza do texto, encanta-me a beleza do conteúdo. Como é fascinante descobrir a diversidade de realidades de vida. Deixarmo-nos surpreender e emocionar com cada uma delas. E perceber que aquilo que tomamos por certezas afinal não é mais do que mais uma forma de se viver.Assim vamos crescendo a cada dia e vamos percebendo que é nesta diversidade que encontramos a perfeição.Assim vamos aperfeiçoando a nossa qualidade de gente. Beijinhos
Ana Joana
Pois é, sabemos e conhecemos que existem diferenças, mas elas só tem para nós a verdadeira dimensão quando as vivemos sentimos e partilhamos, gostei muito deste texto e da musica que a acompanha, o autor diz-me muito.
Bom fim de semana.
JMC
Vão-te tirando, de mansinho, a possibilidade de comprares um carro novo, mas os bocados de tinta que vão caindo são folhas de calendário e de experiência feita. Essa ninguém ta tirará. A lição que partilhaste connosco foi uma lição da qual tu foste a maior beneficiária e aluna brilhante. Pela partilha, também vamos enriquecendo aos poucos.
Obrigado
Zé
Não fiques envergonhada, pq as crianças entendem as coisas melhor q os adutos, e se tu os castigas por amor, tem a certeza q eles vão entender isso, e gostar cada vez mais de ti, exactamente por seres capaz de castigar agora e mais seres capaz de dar um afago.
E vais ver q as crianças "celtas", são espectacularesssss :)
Um beijo
Querida Leonor
Bem, agora conheces melhor o Portugal profundo e rural e vais, com certeza, arranjar forma de levares os teus meninos pelos caminhos da aprendizagem. Mas mantém essa exigência que te caracteriza, para que eles não utilizem a vida como desculpa para não serem exigentes consigo próprios. Foi desses meios, em tempos ainda mais difíceis, que surgiram grandes nomes da cultura e da ciência no nosso país. Uma explicação é que tiveram a sorte de ter um(a) professor(a) que lhes exigiu mais, que os responsabilizou. E isso fica marcado na sua educação para toda a vida. E, quando se lembram desses tempos, agradecem sempre ter encontrado quem os tivesse motivado mas, simultaneamente, obrigado a fazer mais e melhor, porque todos conseguem, trabalhando mais, é certo, mas retirando daí recompensas que não estão ao alcance dos meninos urbanos da periferia abandonada.
Um beijo
Daniel
Querida amiga!
Que post magnífico!
Deliciei-me com o teu estilo "livre" e com a descrição sucinta mas perfeita do ambiente da escola e da sociedade em que está inserida.
Eu conheço bem, desde criança, o Minho litoral e as suas gentes.
(além de ter uma costela minhota)
Sei avaliar bem este trabalho.
Obrigado pela visita ao meu blog.
Não é preciso dizer-te para voltares porque eu sei que lá estarás a cada capítulo.
Beijinhos
Olá Bela,
Um texto de tamanha carga emocional, límpido, que nos transporta para um mundo que não conhecemos... Ele existe e até está ao nosso alcance, mas não vemos... Em 2005, na Europa, faz-nos pensar no que fizemos para melhorar a vida do nosso Povo, o autêntico? Seja na cidade ou no campo, seja a roubar ou a ajudar no campo, o que fizemos pelas nossas crianças? Temos sido incompetentes na nossa função? Que bela experiência... Estou comovido, as tuas palavras ainda que suaves, e escolhidas por quem sabe da poda, ainda me martelam o entendimento, e os meus olhos, choramigaram...
Obrigada, Ricky
lindo...quando dei aulas no Porto Moniz, na minha saudosa ilha da Madeira, parei várias vezes a aula para ir com os alunos ver as famílias de baleias e cachalotes que passavam perto daquele "campo" polivalente...há coisas impagáveis...
Querida Leonor
Adorei aquele “toque” do norte (Professôara… num fiz os debiêres)
Não tens que te sentir mal pelo “castigo” tens mesmo que aplicar a disciplina, para o bem dessas crianças. E tenho a certeza que elas entendem, (podem não gostar no momento) que o fazes de uma forma preocupada e carinhosa.
Beijinhos
Nem imaginas como gostei deste teu post. Estava eu aqui confortavelmente sentado no meu lar e a pensar como nos queixamos de barriga cheia....
De facto as lições de vida que aprendemos dos mais simples são de facto as lições mais duradouras que ficam
Adorei os diálogos dos teus alunos. Deve ser muito estimulante para quem gosta de ensinar, passar por essas experiências.
Eu é mais Ponto Cruz... Dá um saltinho ao meu novo site e deixa uma assinatura no livro de visitas.
Beijocas
Luisinha
Apesar de todo o transtorno que tiveste por te mudares da capital para o portugal "profundo", se calhar vai fazer-te bem ver que nem toda a gente vê o mundo da mesma forma...
E não precisas de ter vergonha. Só tens que te adaptar à realidade nova.
Boa Sorte
Vim aqui desejar-te uma boa semana de aulas.
E que aprendas tanto com os teus meninos, como eles aprendem contigo...
P.s- Não fiz os deveres de casa, faço no intervalo, sim?
Dia após dia, todos os dias, aprendendo e ensinando; se alegrando com as pequenas vitórias, tuas e deles; se entristecendo, por vezes, quando percebes que a maioria absoluta dos teus alunos pobres continuarão pobres e os filhos deles também - com iguais ou maiores dificuldades que os próprios pais, porque os responsáveis pela pobreza se reciclam, mas não abrem mão do egoísmo. Sem ti, porém, e outras pessoas semelhantes, a situação estaria muito muito pior! Contigo, porém, e outras pessoas semelhantes - a Esperança numa sociedade justa e fraterna se mantém. Que seja uma luzinha bruxuleante, por vezes, é o quanto basta para que um barco não soçobre no mar da descrença, e com ele, muitas vidas.
Um abraço solidário, amiga-irmã.
Não te envergonhes, Leonor.
Porque tu disseste uma verdade enorme:
- "quando chegarem à idade de dezasseis anos já conhecem o mundo do trabalho, enquanto que os meninos de Lisboa conhecem o roubo."
Não vou, nem quero aqui atribuir culpas a ninguém.
Mas o facto é que a nossa Sociedade, está cada vez mais num caminho errado, em relação aos jovens actuais.
E, a verdade é que hoje em dia é quase uma ideia permanente, de que a juventude não pode trabalhar. Ou antes, que ajudar os familiares, nas lides domésticas ou no campo, é mau.
E, recordo-me de uma notícia numa estação qualquer, sobre um miudinho de uma aldeia, que não conhecia, nem tinha nada que os meninos da cidade tinham.
Ficou-me na memória a primeira vez que o vi na Televisão.
Olhar brilhante (até matreiro, feliz, nos seus verdes anos. Transparecia uma alegria genuína. Diria até uma felicidade no seu olhar.
Ele desconhecia o mundo que lhe apresentavam.
Ele desconhecia as necessidades, que lhe apontavam.
Era feliz, com o pouco que tinha (e, se calhar para ele, era muito)
A vida dele deu uma volta. Levaram-no a conhecer, um mundo que ele desconhecia, completamente ignorado, nos seus sonhos e pensamentos.
Mais tarde, a última reportagem que vi, apareceu-me um menino triste de olhar. Pensativo...
E, eu fiquei triste! E pensativa!
Quem devolverá a alegria, a inocência àquele olhar?
Que caminhos percorrerá para conseguir um pouco daquilo que viu, e não poderá ter mais?
Que raiva obscura irá albergar o seu coração, quando se aperceber, que aquele foi um sonho que viveu, mas que se calhar nunca mais irá atingir?
Ainda hoje, recordo e penso nesse menino.
Será legítimo e moral, aquilo que fizeram àquela criança?
Não seria ele muito mais feliz como estava, crescendo com as suas próprias limitações, vivendo os seus próprios sonhos, crescendo e fortificando a sua própria personalidade, com base naquilo que podia efectivamente conquistar, do que viver o sonho dos outros?
É uma pergunta que faço a mim própria muitas vezes.
Desculpa a ousadia da extensão deste comentário: mas a profundidade do teu texto, levou-me a escrever o que pensava.
Um abraço carinhoso e continuação do teu belo trabalho ;)
Minha querida Leonor,
Gostei do que relatas.te. Na realidade o que disseste sobre aqueles que fazem 16 anos e entram directamente no mundo do trabalho tb acontece muito aqui. Vejo pessoas com o gosto de ser mais e melhor mas a responsabilidade de arranjar dinheiro para casa é coisa que posso dizer que tenho muita sorte pelos meus pais me darem a oportunidade de estudar e tirar um curso e darem-me o direito a escolher. é os grandes contrastes que existem na nossa sociedade :)
beijinho gande para ti e uma boa semana *****
Olá Leonor, então por terras do norte, carago, o cheiro a estrume fumegante, é o perfume envolvente que matiza o ambiente. O que te safa é haver a via rápida, porque antigamente viajar pelas estradas secundárias no meio de dezenas e dezenas de camiões era obra. Estás a gostar de estar aí? Eu gosto muito de toda a Costa Verde, não me importava nada de viver na Povoa, na marginal claro, de frente para o mar.
Mas Povoa à parte, adora a parte rural, onde ainda o boi é rei. E a broa? os rojões? as papas de sarrabulho, as tripas enfarinhadas? e a pinga verde?Qunado ando por essas bandas perco-me sempre.
Cuida bem desses meninos, que como dizes não como os de Lisboa, para eles a escola é o interválo do trabalho.
O Jantar no sábado passado foi o máximo, apareceu gente giríssima com muito interesse. Não houve versos nem teatro, mas muita conversa, acabou às 4 horas da manhã. Aponta na tua agenda que o próximo será dia 21 de Janeiro, se te for possível, era um grande prazer ter-te lá.
Um beijo. Augusto
Querida Leonor....
Adorei este teu Post...
e esta tua partilha de experiências...
beijos
Mais um texto que me comoveu. És realmente uma professora admirável!
Um grande abraço! =)*
Não foste ao jantar mas tive noticias. Uma amiga do Minho diz que estás bem, em Fão. Certo ?
Um abraço
Vergonha deviam ter todos aqueles que criaram situações como as da tua escola. Benditos meninos da aldeia.
São as lições disto a que chamamos Vida e que eu chamo Fuga.
Mantem-te nessa Fuga, nada de coisas como teres Vergonha, porque a Fuga do amanhã será compensadora.
Bj Vagabundo
Uns se fazem adultos em criança. Outros, crianças mesmo adultos.
Uns chegam aos 17 anos e são mestres na profissão, outros são mestres no roubo e nas prisões.
A uns é dito que a criancisse foi negada e que trabalhar tão cedo é crime.
Não será crime ter negado aos segundos a possibilidade dos primeiros?
Sorte daqueles que te têm como profesora, sejam eles os primeiros ou os segundos e terão ganho sempre.
Beijos.
VP
Cinco reguadas pelo "profesora", mesmo sabendo que é "professora".
VP
Tenho lido, já é a 2ª vez que leio, e me enternece. Só posso deixar um beijo e um sorriso, que despontou ao ler-te. th
para Ana Joana
e ainda bem que, modéstia à parte, a vida me bafejou do encanto de me surpreender e aprender e aceitar e admirar.
obeigado pelas tuas palavras sempre bem vindas ao meu espírito
para o JMC
é verdae. só podemos falar das coisas quando inseridos nelas. a percepção da realidade em causa será sempre diferente de quem para quem mas sentimos sempre algo dela.
para o VP
é crime sim nao deixar uma criança sentir a responsabilidade de uma tarefa.
tantos direitos e tantas protecções substimaram a criança na sua maneira de estar no mundo. ha miudos nas grandes cidades que nao sabem pegar numa colher porque nunca a deixaram experimentar. aqui , onde estou os mais velhos ensinam os mais pequenos quando estes ja estao cansados. estou a falar de miudos de cinco e oito anos.
abraço da leonor
Olá Leonoretta,
Parabéns! O teu texto, que generosamente partilhas connosco, retrata bem as diferenças culturais, rural e urbana, do nosso país.
Alegra-te por viveres esta experiência magnífica e enriquecedora, como alegres deverão estar os teus alunos pela professora que têm.
Amei este texto revelador da tua enorme sensibilidade.
Não tenhas vergonha, às vezes também tenho vontade de dizer: pare o mundo que eu quero descer!
Mas ele não pára.
Um beijo
Oi amiga,
Então quando abriste a porta deste de caras com o "naboeiro"?Eh eh eh eh ,esta santa terrinha e assim!
E olha não te "embergonhes" do castigo que aplicas-te aos gaiatos que eles já tão habituados,até a coisas bem mais pesadas...
Gostei muito do passeio matinallll
Um beijo da Elsa
Uma realidade muito presente ainda no nosso país, ja tinha saudades destas tuas histórias, beijinhos*
Poije quando xaires daqui falarás como eles e axim vaise percebendo que a vida para alguns é madrasta mesmo e naturalmente o que por vexes comem ou não comem dá mesmo dôres de barriga a sério.
Gostei da estória e do teu corare.
Abreijos
Leonor!
Só passei por cá para dar-te um beijinho,
Querida Leonor
Passei... para te deixar
Um grande beijo
passei e deixo-te
um xi-coração
Continuo a ler este cantinho, dando toda a força que precisas para enfrentares o vento do Norte.
Mas a terra é linda.
E quando chegares ao fim vais ter saudades.
Um abraço.
é essa a principal diferença: os miudos de aldeia têm OPORTUNIDADE de trabalhar, de dar valor às coisas que têm porque sabem quue o trabalho custa! e eu acho que isso é um benefício e não uma coisa má, como muitos pedagogos acham!
Ola Leonor
Ja estava na hora de cá voltar! e que regresso, o que aqui li fez-me estremecer! Não foi de tristeza por tambem eu ser um homem do norte e conhecer a realidade do interior! Tens a sorte de ensinar meninos das terrinhas. Fui um desses meninos que falas! Pena não ter sido teu aluno...Os meus castigos doiam mais! Mas fiz o meu melhor, e tu relembraste aqui o meu passado! Muito obrigado
beijinhos e continua assim. seria caso para dizer que estás na profissão certa, ainda bem que a da policia não te aceitou...
Mais uma vez fizeste-me lembrar quando a minha mãe dava aulas em aldeias esquecidas.
Continua, por favor, a dar esses "castigos", porque assim a tua consciência vai saber que contribuiste para que aprendam mais alguma coisa.
Beijinhos
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