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Mínimo sou, mas quando ao Nada empresto a minha elementar realidade, o Nada é só o Resto. Reinaldo Ferreira

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Dizem que sou como o sol mas com nuvens como na Cornualha

Thursday, October 06, 2005

Todo o ente é uno


A arte de Isabel Filipe do Arte e Design



De vez em quando sou apanhada no meio de facções opostas que não só se debatem arduamente para manterem a sua posição como a mais válida como tentam a todo o custo que eu opte por esta ou aquela opinião.

Da ultima vez que me vi numa dessas situações o tema versava a vida desde o embrião.

Vida sim. Vida não.

A opositora à expulsão do feto antes de ele completar o seu desenvolvimento argumentava que a vida começa logo no óvulo e no espermatozóide. A defensora de tal acto, dizia que o referido argumento não passava de uma retórica vazia na medida em que um homem produz diariamente milhões de espermatozóides, assim como, milhões de óvulos são expelidos naturalmente durante o período menstrual e nada se pode fazer para os salvar.

A opositora dizia que se legalizarmos a aniquilação do embrião um dia avançamos para a legalização da eutanásia. A defensora da interrupção voluntária da gravidez mostrou-se chocada perante tal possibilidade e disse que uma coisa não tinha nada a ver com a outra.



Há decisões que a sociedade deixa à livre escolha de cada um mas há outras que não. Dizer que o individuo é livre de escolher o que lhe parece melhor é dizer que toda a sua acção é susceptivel de escolha e, nem sempre, o individuo está em condições de decidir o que e melhor para ele.

Existe uma cadeia de valores universais comum a toda a humanidade como o direito à vida e à liberdade. Todavia, cada sujeito, tem uma prática individual que, muitas vezes diverge da consciência moral transmitida pelo grupo.

Ou seja…

Embora, na maior parte das vezes, exista um acordo entre o individuo e a sociedade, há valores com os quais ele discorda e, assim, perante a mesma situação tomam-se posições diferentes.





- Leonor, não dizes nada?.- perguntaram-me.

Aquilo que eu não queria, finalmente tinha chegado: a inevitabilidade de expressar a minha opinião. Ainda pensei em levantar-me num repente e dizer que estava com pressa para apanhar o autocarro mas lembrei-me que tinha levado o meu carro.

- Bom! – disse, ganhando tempo a fim de elaborar um discurso bonito. – se considerarmos a questão levantada por Aristóteles que afirmava que todo o ente é uno, composto de acto e potência, sempre sujeito a mudança, então o embrião é já aquilo que poderá vir a ser.

Olharam-me desconfiadas num silêncio demorado. Depois disseram.


- Estamos a falar a sério.
- Eu também. – respondi. Confesso a minha fatal tendência para a saída surrealista quando sinto que a discussão sobre algo embaraça, não oferecendo alternativa.

Quando me preparava para continuar a minha consideração foram elas que se levantaram apressadas, uma para ir ao ginásio e outra ao cabeleireiro.




De momento, e de há longo tempo que sei qual é o meu direito e o meu dever. Respeito outras condutas morais. Não obstante, questiono-me perante tanta diversidade de comportamentos. Partindo do principio que todos os seres humanos possuem uma racionalidade comum penso que um dia será possível atingirmos a universalização de princípios.


da Leonor

41 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Court Rules in Favor of Anonymous Blogger
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10:24 PM  
Anonymous Anonymous said...

Gostei mesmo deste teu "discurso".
Partindo do principio que todos os seres humanos possuem uma racionalidade comum penso que um dia será possível atingirmos a universalização de princípios. (...)
Mas será que acreditas mesmo nesta frase com que arrematas o teu texto?
Gostei de te ver, de novo, a escrever.
Tem uma boa semana.
José Gomes

11:46 PM  
Blogger António said...

Ora aqui está uma maneira de abordar um (ou mais) temas sérios e polémicos com muita classe e inteligência.
Gostei, francamente.
E, para que saibas, sou favorável à despenalização do aborto e à eutanásia. Há décadas!
Pão, pão...queijo, queijo...
Beijinhos

12:20 AM  
Blogger Astri* said...

Quando comecei a estudar filosofia foi quando tive contacto pela primeira vez com este sr Aristóteles. Na realidade sempre achei que era preciso mais Aristóteles para poder mudar o que as pessoas pensam de errado no mundo. LOL todavia, tirando a minha parte de sonhadora em que o mundo será bonito e terá só um jardim, digo pois que , na altura que os seres humanos souberem dar valor a sua melhor arma para comandar o mundo, que é ser racional, penso pois também e concordando contigo minha querida Leonor, que um dia será possivel atingirmos esta universalidade de principios.

beijinhos grandes Leonor *****

12:39 AM  
Blogger c.r. said...

há muito que se pede um debate a sério sobre um assunto que requer tacto mas toda a frontalidade possivél.
sou a favor da despenalização da interrupção voluntária da gravidez, como sou a favor da eutanásia (mas isso seria outro debate) sou a favor porque o posso ser. sou a favor porque sou livre. sou a favor porque tenho essa opção. mas sou a favor acima de tudo porque somos todos ser livres e independentes e deveriamos ser capazes de decidir como queremos dar seguimento à nossa Vida, ao nosso destino, ao nosso corpo. vivemos em democracia, e em democracia deveriamos ter opção de votar em referendo. sei que estamos num país declaradamente Católico. não o sou. aliás não tenho qualquer tipo de tendência religiosa. e respeito quem o tenha. porque sou livre e racional. e sei separar as minhas convicções das dos outros.
não podemos continuar a deixar serem julgadas Mulheres como têm sido até hoje. isso não é ser democrático, não é ser justo nem livre.
esta é uma luta que infelizmente durará mais algum tempo.
a minha esperança é que o Sr. Presidente da República (por quem tenho grande admiração) se decida por uma data para o referendo brevemente. mas sei também que não é apenas com um referendo que as coisas tomaram outro rumo. as mentalidades teriam que mudar ou melhor as pessoas teriam que conhecer todos os lados da história e depois sim delinearem uma posição. já me apercebi que a informação, todos os factos e lados da história, normalmente não chegam a todos.

acho que já me alonguei.
bom fim de semana para todos
bjs

ps- gostei muito da forma como abordaste o tema.

11:31 AM  
Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Leonor
Princípios universais poderão existir (não matar, por exemplo), mas serão sempre violados, até em nome de outros princípios. Acredito que podemos escolher, acredito que só há uma verdade absoluta, mas não sabemos qual é, pois vive da fé simplesmente. E cada aproximação que fazemos dela pode ser vista como a dança dos espermatozóides à volta do óvulo: poucos conseguem fecundá-lo (normalmente só um em cada caso), para que tudo se transforme. Jamais o óvulo ou o espermatozóide existem, pois criou-se algo novo, que ainda podemos manipular.
Acho que me perdi :), mas assim se encontram outros caminhos...
Um beijo
Daniel

12:11 PM  
Blogger augustoM said...

Leonor, tema difícil de abordar, eu também, sobre o aborto não dou opinião, mas pelo que sei e pelas minhas convicções, a única coisa que posso adiantar é de que o homem, não só no caso do aborto, procura sobrepor-se à própria Natureza, querendo chamar a si o direito de dicidir por ela, como se do criador se tratasse. O que ele inventa para justificar as suas decisões.
Deixei um comemtário no teu último texto do cruzeiro.
Um beijo. Augusto

1:59 PM  
Anonymous Anonymous said...

Querida Bela Leonoreta,
A ausencia foi longa mas no regresso... que delicia! Que sensação boa perceber em ti o re-gerar (!!! hihihi) da vida! Ao ler-te neste tema logo me ocorreu: Que hino lindo este que aqui se canta à vida. Que recriação de sons/sentimentos tens produzido, presenteando-nos com esta manifestação tão proficua de criatividade, humor e inteligencia.Vida sim, dizes tu agora, com o entusiasmo da descoberta que quase parece recente, de tão empolgante que a tornas.Que bom, digo eu, que em nenhum dia " será possível atingirmos a universalização de princípios". Nesse dia deixaria de haver hinos, porque os sons seriam todos iguais. Nesse dia, se acontecesse, os desafios que nos fazem mover, correr atrás da vida, fazer sentir que temos um papel importante a desempenhar na vida,vibrar com textos como os teus, deixaria de existir.Seria a morte em vida. Vida sim, Vida não. Gerar e não gerar. Já passei pelas duas opções.Optar é mesmo a tarefa mais dificil que temos na vida. E a mais determinante de todas.E qdo optamos somos os unicos responsaveis pela opção que fazemos.

Beijinhos muitos para ti
Anajoana

P.S. Como achei graça ao teu "engano" no preenchimento dos códigos de concurso (hihihi). Nesta fase da tua vida, esta experiencia veio mesmo mesmo na hora! APROVEITA-A MUITO. (e ainda duvidaste que os concursos fossem "inteligentes" hihihi)

5:59 PM  
Blogger Leonor C.. said...

Acreditas nisso? Eu não!
Bjs.

Leonor

6:43 PM  
Anonymous Anonymous said...

Olá , Leonor!
Excelente post!
Relativamente ao assunto em questão, por vezes confunde-se a liberdade de optar de decidir, com a supressão da liberdade do outro.
Beijinho grande,

10:27 PM  
Anonymous Anonymous said...

Tema sempre controverso...
Eu sou contra o aborto, mas a favor da despanalização...
Baralhados? tb eu....
Bjs

12:38 AM  
Anonymous Anonymous said...

Liberdade... palavra bonita!!! Por ela se vive, mas principalmente, por ela se mata!

Engraçado que a própria Terra, ser vivo, abriga dentre outras criaturas, bilhões de seres autodenominados "inteligentes"... mas tão inteligentes que fabricaram tal arsenal atômico capaz de explodir a Terra diversas vezes!... uma já não seria suficiente para ganhar um "Nobel"?!... ou quem sabe um "Oscar"?!... e a justificativa principal é a tal da "liberdade" que cada país tem de fazer suas escolhas (bem verdade que depois passaram a lutar com todas as armas disponíveis para evitar que outros países viessem a dominar tal tecnologia...).
Mas o que isso tem a ver com o tema do post?... só queria exemplificar que em nome da liberdade...

Existem muitas palavras bonitas. Liberdade - é uma das mais belas. Vida - é outra bela palavra... Ambas só fazem sentido - VIVENCIADAS.

Minha opinião sobre aborto? Sou contrário: sem nenhuma dúvida a respeito! Mas não crucifico quem o faça. Não cabe a mim tal julgamento.

2:01 AM  
Anonymous Anonymous said...

Leonor!
Um beijinho muito grande para ti!
Adeus!

3:13 PM  
Blogger Mocho Falante said...

De facto tb temos de ter a liberdade para não dar opinião... pelo menos quando menos nos apetece...

é uma questão muito delicada e por isso o consenso nem sempre é atingido.

bom fim de semana

4:14 PM  
Anonymous Anonymous said...

Respeitando a liberdade de opiniões de cada um, não acho que a convergência de comportamentos seja o ideal.A diversidade é que faz com que haja mudanças que agora podem ser más para a maioria da sociedade podem mais tarde ser do senso comum. Isto só para dizer que o que parece mau hoje pode amanhã ser bom.Esta discussão surge devido à diversidade de opiniões o que torna o acto em si riquissimo de valores.Gosto do que escreves e a forma como dás a tua opinião.Bom fim de semana.

5:43 PM  
Blogger Henrique Santos said...

Olá Lianor,
Gostei imenso, deste teu abordar a um tema tão polémico. Inteligente, mas que não reflecte uma fuga, nem uma resposta politicamente correcta. A minha opinião é conhecida, e em resumo despontarei duas razões que a definem: não aceito que a interrupção voluntária, seja transformada, num qualquer método anticonceptivo; não aceito que se diga em slogan que na aceitação da lei esteja em causa a dignidade da mulher. Mas qual dignidade? É-me muito confuso. Sou católico para mim vida é vida, ponto final. Não aceito que a interrupção até ás tais semanas seja normal, e que depois delas já seja vida interrompida. Afinal a vida nasce por decreto... e eu que não sabia... Ignorante...
Bjinhos Ricky

6:02 PM  
Blogger Leonor said...

ola ana joana.

que bom saber que passaste por aqui e me deixaste um beijinho.

volta mais vezes que eu gosto.

beijinho da leonoreta

12:29 AM  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Querida Leonor

Despenalização do aborto, creio que será assim! O decidir do referendo.

O (Sistema) causa-me uma revolta tremenda Por isso quanto ao facto de atingirmos a universalização de princípios! Não acredito!

A toda a hora se fazem atentados (sem qualificação possível) de toda a espécie à vida!

Um beijo

2:45 AM  
Blogger José Gomes said...

Agora reparo que postei sem me identificar (apesar de ter assinado)....
Deve ser ainda efeitos das Américas...
Conta coisas do Norte, das tuas aventuras por estas terras onde o verde é rei (será que os incêndios ainda não mudaram as paisagem?).
Desculpa o lapso.
Aquele abraço

2:15 PM  
Blogger António said...

Minha querida Leonor!
Obrigado pela visita.
Foste a primeira; vais ter como prémio um par de sapatinhos de cristal...só para casamentos e outros actos públicos mais requintados...eh eh
Jinhos

4:27 PM  
Anonymous Anonymous said...

"penso que um dia será possível atingirmos a universalização de princípios."

uuuui... é um grande pedido à humanidd!
ainda temos culturas mt diferentes....
maaas.. quem sabe um dia!

Um bom dia de votação!

4:44 PM  
Blogger saltapocinhas said...

assunto complicado mas do foro intimo de cada um e nem sequer devia ser referendado...

6:47 PM  
Blogger M.P. said...

OLá! É sempre bom que nos questionemos sobre as mais diversas coisas, Leonor! Este assunto é de sobremaneira delicado e, como dizes, cabe a cada um. Gostei de te ler! Boa semana! **

9:26 PM  
Blogger Indibiduo said...

Olá, tens um blog muito didáctico, pelo menos para mim...

Voltarei cá reularmente, se não te importares é claro!

1:33 AM  
Blogger José Gomes da Silva said...

Numa leitura do que quer que seja, temos sempre a tendência de reter as últimas frases, convencidos de que terá sido também intenção do autor (sabemos lá!...) deixar para o fim um catártico desfecho, em jeito de conclusão, como se de uma estrutura de tese académica se tratasse. Pelo meu lado, gosto muito de te ler, e o que mais me entusiasma nestas e noutras leituras é a possibilidade de se irem transformando cada vez que são lidas ou mesmo relidas (o conceito não é meu, mas subscrevo-o, por senti-lo). Por isso, o que mais retive na memória não foi a polémica "universalidade de princípios". Polémica, por um lado, pelo perigo "ditatorial" que representa, dada a diversidade de perspectivas "moralizantes" nesses princípios. Por outro lado, pela sua frustrante inexequibilidade, vista de outro ângulo, o mais pragmático. Por isso ficaria com Aristóteles. Verdadeiramente fascinante a tua frase:"se considerarmos a questão levantada por Aristóteles que afirmava que todo o ente é uno, composto de acto e potência, sempre sujeito a mudança, então o embrião é já aquilo que poderá vir a ser."
Esta frase terá de tal forma baralhado as interlocutoras, que se piraram logo. É que Aristóteles também defendia que o "ser" era tudo o que pudesse estar antes da forma verbal "é". Seria fácil teres ido por aí, não achas? Mas era demasiadamente perceptível para elas e lá terias que aturar mais uma "seca" naquele lugar. Assim espantaste-as bem. Mas deixa que te diga, se me permites, e aplicando a teoria aristotélica sobre o acto e a potência, que no teu exemplo, também terias que ter em conta o "acto primeiro" (a relação? A fecundação?)e o acto "segundo" (a certeza da gravidez?). Quando é que a "potência" se transformou em "acto" no caso do embrião? Se a propriedade (neste caso, a existência de um óvulo fecundado) é uma e a mesma coisa que a faculdade, (neste caso, o poder de se pressentir ou confirmar uma gravidez), também não é menos verdade, e mantendo a perspectiva aristotélica, que mesmo não sabendo da existência de algo, as suas propriedades continuarão a existir. Redundante? Confuso? Talvez. Mas foi só para fazer daqui a "pequena ponte" que nos leva aos poderes naturais e racionais do Homem. E ainda são estes úlyimos que lhe permitem as tomadas de decisão. E tudo não passará disso mesmo, hoje como no tempo de Aristóteles.

Gostei muito

Bjs

10:26 AM  
Blogger Al said...

Há matérias que são apenas do foro pessoal de cada um e, nestes casos, não deveria sequer caber nenhuma legislação, antes sim o livre arbítrio. Pessoalmente, e por isso mesmo, sou contra qualquer tipo de punição nesta matéria. É evidente que há uma discussão séria ainda por fazer, mas os riscos a que se submetem as mulheres que recorrem ao aborto em função da lei vigente seriam já por si uma enorme razão para se alterar a lei... e sem referendo. Já!
Quanto à Humanidade poder atingir a universalização de princípios, pelo facto de que existe uma racionalidade comum, parece-me tão utópico quanto imaginarmos a igualdade entre todos os seres humanos.
De qualquer maneira abordaste o tema com elevação... o que tanto falta aos políticos que decidirão sobre o tema.

1:17 PM  
Blogger isa xana said...

gostei muito do teu texto, da forma como falaste no assunto

eu, pessoalmente, sou a favor quer da despenalização do aborto quer da eutanásia

beijo

12:02 AM  
Blogger Amigo de Alex said...

Deus nos livre de um dia ser possivel o ser humano ter uma universalidade de princípios. Então deixariam de existir a liberdade individual, o livre arbitrio, o pensamento diferenciado, etc. Quanto á questão da despenalização do aborto
entendo não existir no mundo, homem ou mulher que advogue que deva existir, por ser benéfica para a humanidade, tal prática.Mas a lei hipócrita e de duvidosa aplicação, por ser extremamente dificil á acusação provar a existencia de gravidez, e que mais não serve do que para humilhar e perseguir a mulher que desgraçadamente nela de viu envolvida, deve ser completamente banida.

Os melhores cumprimentos.
Um beijo

1:10 AM  
Anonymous Anonymous said...

Aqui há uns anos alguém mesmo com possíveis interrogações sobre a "conveniência" da nossa chegada chegou à conclusão que SIM. E cá chegamos e aqui estamos a opinar sobre variados temas e mais este. Opinamos na convicção de que temos o direito de o fazer, de que não devemos coartar as liberdades e em princípio todos assinamos por baixo a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Declaramos NÃO à guerra, opomo-nos às tiranias, queremos a Paz e a Concórdia. Porque estamos cá, porque SOMOS. E, ressalvando casos extremíssimos, sem me socorrer de outra coisa que não seja a CONSCIÊNCIA, a minha, me interrogo: Que direito tenho eu, ou nós, agora que cá estamos, que nos podemos defender, de decidirmos precisamente sobre um SER inocente? Eu, que escapei ao cutelo dele não me valerei em circunstância alguma, quando tanta e tanta coisa hoje pode evitar uma gravidez "incómoda". Não se pode comparar um qualquer processo judicial que no pior dos casos daria uma pena de 2 ou 3 anos de cadeia a uma pena capital. É só uma questão de saber avaliar as coisas com justeza. E como já dizia um velho amigo: "Venham mais cinco" ou "Traz um amigo também"...
VP

9:55 AM  
Blogger Isabel Filipe said...

Oi Leonor...
Como não podia deixar de ser.. uma maneira deveras inteligente de abordares um problema tão complexo...

sou, por princípio, contra o aborto...embora aceite que haja situações em que ele deverá existir... para mim...essas situações já estão todas previstas na lei...

beijinho

11:41 AM  
Anonymous Anonymous said...

Este tema, por muito bem legislado, ou referendado que esteja, nunca deixara de ser um tema de extrema contorvercia, acho que não posso nem consigo acrescentar algo ao que por aqui já foi dito.
Identifico-me com o comentário do VP, que além de objectivo se encontra personificado.
Em caso de duvida, pervenir antes, para não ter de remediar(se possivel) depois.
JMC

11:58 AM  
Blogger Al said...

Obrigado pela visitinha rápida.
..."tázàvontade" para "roubares" o que quiseres. Aliás, hoje mesmo voltei a dar vida ao Arte, o blog onde publico alguns dos meus trabalhos: todaaarte.blogspot.com (são mesmo 3 charmosos àses)
Eu é que fico todo babado.
;-)

4:40 PM  
Blogger Leonor said...

para o VP

"boas são as ideias com o mesmo grau de confusão das minhas" disse marcel proust.

VP, sinto-me sempre honrada pela tua grande participação.


para o JMC

e também concordo contigo, claro, como será sempre um tema de grande controvérsia o melhor será prevenir...


abraço da leonoreta

5:35 PM  
Blogger «« said...

sugiro a leitura de uma entrevista publicada no DN de Lisboa de sexta-feira passada....o homem tem um livro sobro o aborto que é uma pedrada no charco...retive a ideia que ele lançou, onde os dois lados da barricada julgam ter a verdade toda...e o perigo que isso é para uma discussão séria, sobre um tema delicado

6:42 PM  
Blogger Vagabundo said...

Uma homenagem à Isabel, e bem merecida, qd acompanha de um excelente texto... é uma Fuga valiosa.

Bj Vagabundo

7:01 PM  
Blogger Night said...

Será sempre um tema que lançara a controversia pois as opiniões variam muito... gostei do texto, bjs*

8:11 PM  
Blogger Diolindinha said...

Espero que estejas a dar-te bem por aí.

Beijinhos

Leonor

9:16 PM  
Blogger requiescatinpacem said...

apesar de meio confuso... está escrito de forma inteligente.. parabens!!

Kisses

12:12 PM  
Blogger Menina Marota said...

Não tenho conseguido comentar aqui...e, já perdi dois comentários muito "racionais" que escrevi.

Hoje estou num dia , em que me sinto de bem com a Vida. Em que tudo o que amo, me tem demonstrado em como a Vida é bela, mesmo quando o cinzento transparece em nosso redor.

Que dizer-te deste texto, que já li pelo menos 3 vezes?

Tenho 2 filhos. Que amo acima de qualquer coisa, até de mim própria.
Gostaria de ter tido mais, mas o destino assim não quis, por isso dou um valor muito grande a este assunto.
Aspiro a netos, mas aguardo com serenidade a ocasião que (para já) a minha filhota mos possa dar.

Respeito (ou não entro em conflito)com a abordagem de um tema tão sensivel, em que cada um terá que responder, também, dentro de si próprio pelos seus actos.

E, acho que é essa liberdade que temos dentro de nós. Saberbos viver e conviver, com as atitudes que a nossa liberdade nos confere.

Eu sou Mãe. Acima de tudo sou Mãe, jamais me veria, sem ser com esta capacidade de SER...

Um abraço carinhoso (esperemos que o Blogspot deixe seguir o comentário...eheh)
;)

12:32 PM  
Blogger Menina Marota said...

Ressalvo:
onde se lê "Saberbos" deverá ler-se Sabermos

As minhas desculpas pelo lapso.

;)

12:34 PM  
Anonymous Anonymous said...

That's a great story. Waiting for more. University courses in environmental management systems 1995 buick regal repair La fitness manchester http://www.fax-2.info/cellular_fax_machines.html

2:52 AM  

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