Quatro dias num cruzeiro (Casablanca)
O Atena andou navegou a noite toda.
Chegámos a Casablanca ao meio dia. Mais ou menos à volta do meio dia. Para dizer a verdade, enquanto andei por outras paragens perdi-me no tempo. Pois por me ter desviado uns metros do meridiano de Greenwich, ora agora para a esquerda, ora agora para direita, a hora mudava constantemente e eu, simplesmente deixei de olhar para o relógio para não andar às voltas com os ponteiros.
Desembarcámos. Lembrei-me da canção do filme, em tempos, mais famoso do cinema americano.
You must remember this
A kiss is just a kiss
A siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiign is just a sign
Vi o filme Casablanca algumas três vezes em várias fases da minha vida. Ainda hoje me pergunto se o vi por causa do ar de rufia de Humphrey Bogart, por causa da beleza espantosa da Ingrid Bergman ou porque a TV passava sempre os mesmos filmes.
A visita foi guiada por um cicerone que nos perguntou se percebíamos espanhol. Ah meu caro, qualquer português percebe espanhol e tem a mania que domina o idioma do país vizinho. Afinal, os casamentos da nossa realeza fizeram-se sempre com Espanha até à revolução de 1385.
Uma escola primária mesmo em frente à Mesquita
A arte fotográfica do VP
Deixámos a Mesquita. Ainda visitámos um palacete cheio de rendas em gesso e arcos em ogiva e uma igreja católica para evangelizar 5% da população do país. Depois andámos pela Medina, labirinto de ruas estreitas onde se compram bens essenciais. A Cris e o Eurico não resistiram à enorme variedade de azeitonas, comprando verdes, pretas, picantes. À noite, antes do jantar, consumimo-las deliciados no bar. Mas faltava o pão alentejano.
O dia estava a acabar. Ao jantar reuníamo-nos todos à mesa, contando anedotas e rindo da fome desmesurada da Elsa que se empanturrava de pão com manteiga. Pudera! Sabendo que o jantar se compunha de meio bife acompanhado de dois palitos de batata frita ela precavia-se antes.
Conheço a Elsa há relativamente dois meses. Por coincidência ou não, a Elsa mora em Viana do Castelo e é ela agora quem, em carne e osso, me assegura a sanidade mental, convidando-me para sair e falando comigo de liberdades individuais , de Karmas e Darmas. Parece que nos conhecemos há muito tempo numa sensação de Dejá vú recíproca.
O dia chegou ao fim. De manhã visitaria Tânger. Em Tânger diverti-me imenso.
da Leonor
Chegámos a Casablanca ao meio dia. Mais ou menos à volta do meio dia. Para dizer a verdade, enquanto andei por outras paragens perdi-me no tempo. Pois por me ter desviado uns metros do meridiano de Greenwich, ora agora para a esquerda, ora agora para direita, a hora mudava constantemente e eu, simplesmente deixei de olhar para o relógio para não andar às voltas com os ponteiros.
Desembarcámos. Lembrei-me da canção do filme, em tempos, mais famoso do cinema americano.
You must remember this
A kiss is just a kiss
A siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiign is just a sign
Vi o filme Casablanca algumas três vezes em várias fases da minha vida. Ainda hoje me pergunto se o vi por causa do ar de rufia de Humphrey Bogart, por causa da beleza espantosa da Ingrid Bergman ou porque a TV passava sempre os mesmos filmes.
A visita foi guiada por um cicerone que nos perguntou se percebíamos espanhol. Ah meu caro, qualquer português percebe espanhol e tem a mania que domina o idioma do país vizinho. Afinal, os casamentos da nossa realeza fizeram-se sempre com Espanha até à revolução de 1385.
Nessa altura, D. João I, bastardo de D. Pedro, ganha a coroa com a ajuda preciosa de João das Regras que vai buscar ao Direito Romano uma lei que proibia as mulheres subirem ao trono, impedindo, assim, Dona Beatriz, a legítima herdeira, de tomar posse das suas funções, escolhe uma inglesa para sua esposa. Pouco depois, voltaríamos aos casamentos espanhóis.
Mais tarde, no século XIX, Alexandre Herculano poria em causa a existência de tal lei, pelo que foi excomungado pela Igreja. Também, diz-me lá ó Alexandre, vais mexer numa coisa que já tem quatrocentos anos. Já está tudo morto, homem. E tu, João, tiveste muita sorte, porque se fosse hoje com os dados todos informatizados, eu queria ver o teu desempenho.
Mais tarde, no século XIX, Alexandre Herculano poria em causa a existência de tal lei, pelo que foi excomungado pela Igreja. Também, diz-me lá ó Alexandre, vais mexer numa coisa que já tem quatrocentos anos. Já está tudo morto, homem. E tu, João, tiveste muita sorte, porque se fosse hoje com os dados todos informatizados, eu queria ver o teu desempenho.
Mas isto não interessa nada. É só História de Portugal.
Vi a Mesquita. Linda. Não entrámos. Pelo que as meias não foram precisas e o pavor de me roubarem as sandálias evaporou-se. As visitas são permitidas de manhã. Contudo, à tarde são proibidas para não perturbarem as orações.
Vi a Mesquita. Linda. Não entrámos. Pelo que as meias não foram precisas e o pavor de me roubarem as sandálias evaporou-se. As visitas são permitidas de manhã. Contudo, à tarde são proibidas para não perturbarem as orações.
Uma escola primária mesmo em frente à Mesquita
A arte fotográfica do VP
Deixámos a Mesquita. Ainda visitámos um palacete cheio de rendas em gesso e arcos em ogiva e uma igreja católica para evangelizar 5% da população do país. Depois andámos pela Medina, labirinto de ruas estreitas onde se compram bens essenciais. A Cris e o Eurico não resistiram à enorme variedade de azeitonas, comprando verdes, pretas, picantes. À noite, antes do jantar, consumimo-las deliciados no bar. Mas faltava o pão alentejano.
O dia estava a acabar. Ao jantar reuníamo-nos todos à mesa, contando anedotas e rindo da fome desmesurada da Elsa que se empanturrava de pão com manteiga. Pudera! Sabendo que o jantar se compunha de meio bife acompanhado de dois palitos de batata frita ela precavia-se antes.
Conheço a Elsa há relativamente dois meses. Por coincidência ou não, a Elsa mora em Viana do Castelo e é ela agora quem, em carne e osso, me assegura a sanidade mental, convidando-me para sair e falando comigo de liberdades individuais , de Karmas e Darmas. Parece que nos conhecemos há muito tempo numa sensação de Dejá vú recíproca.
O dia chegou ao fim. De manhã visitaria Tânger. Em Tânger diverti-me imenso.
da Leonor
Todas as fotos foram tiradas pelo VP.
27 Comments:
Delicioso acompanhar a tua viagem.
De Casablanca apenas o filme e já não é mau.
E em Fão, tudo bem ?
Parece que a 'coisa' correu bem, sem o resultado dos sonhos, antes do inicio da viagem.
Parabens pela viagem guiada que nos dá, e com fotos é realmente outra coisa.
Boa semana
JMC
E a viagem continua,
mesmo a pé naquela rua,
one o pão alentejano faltou,
àquela azeitonice apetitosa.
É, até o transito parou,
e a marroquina admirada ficou!
Que boa lição de história,
Óh Alexandre nessa "relambória",
quem pensavas tu tramar?
Olha o Vi que te ensinaria,
a melhor forma de contornar,
nessa ou n'outra especiaria...
E, a saga continua... belas fotos,
estou a ficar feio... porquê? Suspense, só digo no outro capítulo... adivinhem...
Bjinhos Ricky
Ora cá temos a 3ª parte da narrativa.
E gostei de a ler, escrita no teu estilo informal e saltitante, salpicado com humor.
Muitas e boas fotografias.
Fico a aguardar o 4º episódio.
Jinhos
é engraçado ler aqui este roteiro... gosto imenso de Marrocos... é um país de contrastes maravilhosos
é engraçado ler aqui este roteiro... gosto imenso de Marrocos... é um país de contrastes maravilhosos
Agradável misto de diário de bordo, guia turistico,história de Portugal, e até nos ensina um pouco de usos e costumes dos marroquinos...tudo fotográficamente documentado.
Muito bonito.
Beijo.
E o "VP" sabe tirar boas fotografias que acompanham, em perfeita sintonia, o maravilhoso "diário" feito pela autora...
E não podíamos esperar outra coisa, pois já estamos habituados a estes maravilhosos "relatórios" !...
Um Abraço.
Fotos lindas.. :| tambem kero igual.. oh :| eu keroooo iguallll
para a proxima levas-me ctg? prometes? sim? :D ahahaha
:D
beijinho no coração ****
Oi Linda...
Claro que os teus relatos são sempre 5 estrelas... consegues sempre transportar-me ao local...
a parte que mais gostei foi a das azeitonas...rsss....
chegaste bem a Viana???
bjs
Que bom regressar e encontrar-te tão bem e com histórias tão lindas para partilhar de lugares maravilhosos !!!!
beijinhos para ti minha linda, cheinhos de saudades ~:o)
Adoro viajar... A tua narrativa fez-me lembrar quando estiva no Egipto. no ano passado! Foi uma aventura e tanto! Estive no interior duma mesquita, tive o bom senso de levar uma meias e, vá lá, não me levaram as sandálias. Tive sorte pois por ali nunca se sabe...
Talvez um dia fale nessa viagem.
Beijinhos
Leonor
Concerteza já sabes falar marroquino o que também é muito importante quando se viaja. Aprendem-se sempre coisas novas. Casablanca é sem dúvidas monumental. Já lá estive uma semanita.bjs
Leonoretta,
Hombre, assim até parece que sou eu que estou a viajar de tão bem contada essa aventura. Felicidades e continua(em) a divirtir-se.
As fotos... as fotos?! Belíssimas! Parabéns ao VP... E nas tuas palavras lá estava eu, pelo menos um pedacinho, na vontade, em espírito - navegando por lugares pressentidos... Grato por mais esse partilhar, Leonor! Um grande abraço, amiga.
Ainda bem que a viagem está a correr bem...continua a actualizar a tua viagem, está fixe!
Pequena correcçãozita:
"a sigh is just a sigh"
e não:
"a sign...etc."
Leonor, chama-se a isso, em linguagem náutica, navegar aos bordos.
Nada disso, víamos o filme pela sua atmosfera, os malandros também amam.
O mestre de Avis era um espertalhão e a mulher não lhe ficava atrás. Mais ser rainha por um dia do que marquesa toda a vida, dizia ela. O João das Regras, como bom advogado, era um manhoso.
O Alexandre sempre quis que a sua versão da História fosse a verdadeira.
Não me digas que não entraste na mesquita, uma perca irreparável.
Na Medina não andaram de mãos dadas para se não perderem, ou era uma Medina para turistas? Valha-me Deus não comeste o pão árabe, nem o cabrito?
Esperemos que em Tânger as coisas tenham corrido melhor.
Um beijo. Augusto
Querida Leonor
Vou "seguindo" a tua viagem (aventura)na tua forma envolvente de grande contista.Parabéns pelas fotos.
Beijinhos
Leonor!
A forma como relatas a tua viagem, quase que me sinto incluido nela!
Que lindas férias!
Fico contente por teres aproveitado estes dias de sonho.
Um grande beijinho
Olá, Leoner á vou seguindo a tua bonita reportagem de texto rico em emotiva descrição e fotos a condizer! Muito me azer roer de inveja..LOL.. Mas é um prazer masoquista este de te ler... Fico na ansia de saber do resto da viagem. ** e muita coragem para enfrentar essas vicissitudes de estar longe de casa!
como não tens Post novo...
fica um beijinho amigo
Para além das fotos espectaculares, o teu modo de escrever, quase q nos leva a fazer o mesmo percurso q tu. Parabéns. :)
Beijos
Venho aqui fazer o habitual (pois já comentei este post).
Agradecer a tua visita ao meu canto e sossegar-te: a blogonovela só terá 5 episódios e não 452.
ah ah
Jinhos
Querida Leonor
Sente-se o travo daquilo que já foi português, oferecido a Espanha e de novo marroquino, por direito...
Boas fotos, sim senhor.
Um beijo
Daniel
para JMC
mais uma obrigada pela sua visita. fico sempre contente de ler o seu comentário.
abraço da leonor
para o Flávio
é verdade. tens razão.
a falha é deste teclado que me troca os agás pelos guês deixando-me com uma fama desgraçada.
abraço da leonor
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