O que pensa sobre Almada Negreiros?
A leitura recente de um artigo publicado pelo António no Eu Sou Louco, a propósito de lutas anti fascistas no qual o referido autor mencionava o nome de Américo Tomaz, o décimo quarto presidente da República Portuguesa, o último presidente do Estado Novo, lembrou-me uma história contada pelo meu professor de Língua Portuguesa no liceu e também mais tarde, na universidade.
Lembro-me desse encontro. Quando entro na sala, atrasada, contra meu usual costume, mas uma vez não são vezes, fiquei tão agradavelmente surpresa que não disse bom dia.
- Foi meu professor há uns anos no liceu do Pragal… - perguntei logo, interrompendo tudo e todos. Era o tempo da surpresa e o tempo da surpresa é sempre meu nem que chova picaretas.
- Fui. E eu lembro-me de si.
O professor Jorge, para mim, era sinónimo de Mário Cesariny. Ele tinha mostrado aos meus quinze anos, aluados pelos anos conturbados pós Revolução dos Cravos, que A Pastelaria de Mário Cesariny não era bem uma pastelaria onde não se comia bolos. Era mais uma pastelaria onde não se comia nada, especialmente… bolos.
Bem, quanto à história…
A acção passa-se na actual Praça do MFA, mais conhecida pela zona do Central , o café enorme, ponto de encontro e de referência para tomada de direcções.
Quando Américo Tomaz chega à referida praça, vindo de Cacilhas, a pé, presumo, mais a sua comitiva, o repórter do jornal local, furando desesperadamente pela multidão, lá consegue aproximar-se do presidente e, segurando no bloco de notas e na Bic laranja de ponta fina pronta a escrevinhar as palavras daquela figura tão importante para o país, pergunta-lhe:
- Senhor Presidente, o que pensa de Almada Negreiros?
Américo Tomaz, colocando a mão no queixo, pensa um pouco e, decidido, responde:
- Almada 1. Negreiros 0.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Não me digam que não acharam piada……………….!?
20 Comments:
Isto de começar com uma referência ao António do "Eu sou louco" deixou-me logo todo derretido. Nem os trinta e tal graus deste dia me provocaram tal efeito.
Depois disto, que mais posso dizer?
Que Tomaz é Thomaz (era assim que o homenzinho assinava).
Que a história não é seguramente verdadeira. É uma anedota.
Que o link está óptimo.
E que esceveste Almada, no título, com letra minúscula.
Puxa!!!
Hoje estou implicativo, não estou?
Jinhos
Olá. Passo de fugida para te dizer que foi um prazer conhecer-te no jantar do Fraternidade. Por outro lado, como te prometi, deixo-te o link dos net escritores www.netescrita.blogspot.com
Voltarei com mais tempo para te ler. Bjinhos
Olá,
Neste mesmo olá
eu te cumprimento,
mas podia ser oh pá,
n'outro acontecimento...
O que penso do Almada?
simples moro nessa rua!
Do bairro a mais falada,
e é mais larga que a tua!
Pintava como poesia,
ou rimava pintando,
fazia números com alegria,
das côres se enamorando!
Oh Almada, a Lianor te canta,
e sabes bem que ela encanta,
nem o a pequeno te incomoda,
pode ser que colha a moda,
porque serás sempre grande,
e isso, a Lianor te garante!
Com trocadilhos resolvi brincar, e afirmar que o Américo Thomaz se enganou, Almada 0 x Negreiros 2
E disse, Ricky
Passei por aqui, Leonor...
Gostei do que escreveste, continua a ser de uma qualidade notável e com um link que me fez abrir bem os olhos.
Gosto muito de Cesariny e por isso não resisti deixar-te este poema que me toca muito:
POEMA
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
Um abraço
Querida Leonor
Quereria o vetusto presidente dizer que Almada é só um e que os negreiros não existiram? Ok, adorei a cena da tua entrada, ficou-me na retina...
Um beijo
Daniel
olá
eu realmente não achei muita piada, mas gosto do Cesariny..
Kisses
Tambem já respondi ao teu comment
Adoro os desenhos de Almada Negreiros. Foi um pintor e um poeta , talvez com uma imaginação para lá da época. Gosto do quadro dele A Mãe e deste poema...
Mãe! Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei!
Traz tinta encarnada para escrever estas coisas!
Tinta cor de sangue verdadeiro, encarnado!
Eu ainda não fiz viagens
E a minha cabeça não se lembra senão de viagens!
Eu vou viajar.
Tenho sede! Eu prometo saber viajar.
Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um por um.
Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa.
Depois venho sentar-me a teu lado.
Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei, tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras.
Mãe! Ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado!
Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa.
Eu também quero ter um feitio, um feitio que sirva exatamente para a nossa casa, como a mesa. Como a mesa.
Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!
Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!
(MÃE - Poema de Almada Negreiros(1893-1970) )
Um abraço terno ;)
antonio
Implicativo? Naooooooooooooo… tas cá agora….
A referencia ao antónio do eu sou sou louco é porque não quero ouvir… “olha, eu dou a deixa e ela a seguir, copia”
Quanto á maneira como o presidente
assinava isso era lá com ele. Já respeito o z no fim do nome e, e,e,e,e……………..
Quanto ao almada com minúscula, agradeço. Já emendei.
Quanto ao link, finalmente de acordo, rsssssssssssssssssssssssssss
amita
minha interessante parceira de jantar, que bom ver-te por aqui.
ricky
adorei, adorei.adooooorei.
frog
os teus elogios é que são grandes. obrigado
josé
já conhecia este também. é daqueles poemas que nunca nos cansamos de ler. é lindo. adorei.
daniel
finalmente, alguém repara no meu tempo de antena, rs
requie......
confesso que ainda nao fui ao dicionario...
ha trinta anos que conto isto e nunca encontrei ninguem que tivesse achado graça a nao ser eu, rsss
marota
que dizer? gosto da tua presença.
abraço a todos da leonor
Olá Leonoretta, vim aqui dar-te uma dica de como colocar musica no blogue, mas aviso-te que demora mais tempo a carregar a pagina...traduzindo, demora mais tempo a abrir o blogue...vou-te dar um endereço para fazeres umas coisas fixes no teu...aqui vai:
http://bloguesmariahs.no.sapo.pt/
espero que tenhas gostado da dica...se precisares de alguma coisa...diz...
Maldosos... o senhor já tinha idade... e há lapsos, ipsofactos e vice-versas paralelamente...
Gostei mesmo muito, está fantástico
Então não... Ri-me que me fartei, das duas uma; ou era uma estúpida ignorância, ou elevada inteligência de fugir à resposta, dado que no estado novo não levavam muito a sério o Almada Negreiros, só por conveniência. Revivi algumas passagens com este teu texto, como por exemplo o Central, o de antigamente, não este agora...
Respeitosos beijos.
Foto nova!
Mas que linda professora!
Curaste-me da neura.
Já acho este post o melhor do mundo.
eh eh eh
Jinhos
Até porque Almada já não é almada...eh eh eh
Jinhos, muitos
Nova foto, sim senhora! Até que enfim vejo os teus olhos! Bem bonita...
Gostei da história, ou anedota? Tá bem aceito que o Américo Tomaz gostava era de futebol e fado. Bom fim de semana.Arte por um canudo 2
E não é que foi um empate?
Jota
obrigado e fica descansado. se eu precisar chateio-te, rs
leonor
é só uma históriazinha, o senhor nem sai muito machucado...
mocho
ora ainda bem!
fried
naquela altura paravam no Central o Liceu do Pragal, a Emidio Navarro e os "betinhos" do Frei Luis de Sousa. e ainda havia acabado de estrear o Drugstore Faraó.já lá vai, já lá vai...rs
antonio e Leonor (mais uma vez)
obrigado.levantaram-me o ego.
abraço da leonor
Agostinho
sabes que não tenho conseguido entrar no teu blog?
Saltapocinhas
se foi um empate foi previsão falhada, rs
abraço da leonor
ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh slb és o maior
coitadito, não percebeu bem?
dahhhhhhhhhhhhhhhh
fixe
jocas do tomaz,ai enganeime Alex
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