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Mínimo sou, mas quando ao Nada empresto a minha elementar realidade, o Nada é só o Resto. Reinaldo Ferreira

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Sunday, June 26, 2005

Eu de Porsche Carrera




A diciopédia diz que o automóvel é um veículo de quatro rodas, com motor próprio accionado a gasolina ou a gasóleo., usado no transporte de passageiros ou de mercadorias.

Para os homens, a maior parte deles, o automóvel terá um significado de valor afectivo que para as mulheres não tem. Falo por mim. Não me interessa o modelo e muito menos a cor. Tem quatro rodas, um volante e buzina? Chega!

Eu uso o carro unicamente para me transportar de um lado para o outro. E mesmo assim, pouco. Por duas razões: em primeiro lugar, não contribuo para o consumo desesperado de energias petrolíferas e, em segundo, prefiro que me transportem e assim delego sentidos de orientação e responsabilidades com óleos, escovas de limpa pára brisas, filtros de ar, pneus carecas…

Ah! E quando se fura um pneu?
Mudar um pneu é complicado. Há que saber onde se encontra alojado o sobresselente, onde está o triângulo… ter força para manejar a cruzeta…

Já passei pela experiência inesquecível de um pneu furado quando ia sozinha no carro. Por mais que eu acelerasse este não queria andar. Do travão de mão não era pois estava em baixo, em segunda também não ia… e como se não bastasse o carro não desenvolver a velocidade, toda a gente apitava quando passava por mim…

- O que foi? Queres a estrada só para ti? Que coisa! Ele há cada seca!

Quando finalmente me gritaram:

- O pneu está furado.

- Ahhhhhh! Então é isso.

Parei o carro num sítio com bastante espaço para o arrumar de frente (o estacionamento perfeito). Há quinze anos não havia telemóveis pelo que me dirigi a uma cabine telefónica e chamei o meu marido. Voltei para o carro e sentei-me no lugar do condutor à espera da minha salvação.

Um senhor que me tinha visto chegar mais uma vez me disse:

- Tem o pneu em baixo.
- Já sei. – disse, fingindo que era a coisa mais natural deste mundo.
- E não o muda? – continuou
- Já mudo.

Cerca de meia hora depois chega o meu marido.

- Esqueci-me de dizer-te mas não há sobresselente.- disse eu.

O meu marido suspira. Abre o porta bagagens, levanta o oleado e lá estava o pneu. No modelo Renault 4 o pneu está debaixo do oleado. Não ter descoberto o pneu foi mais humilhante do que admitir que não sabia mudá-lo.

Ao fim de quinze anos já consigo falar no assunto. O que significa que já ultrapassei o trauma.

Mas agora já sei. Seja qual for o modelo de carro hei-de procurar o pneu até no porta luvas. Estacionar um carro é outra história mas essa não conto.

Leonor



Mostrem lá que sabem estacionar um carro carregando

(trabalhem com as teclas do scrol up e scrol down)

17 Comments:

Blogger António said...

Puxa!
É mais fácil estacionar um carro a sério que neste jogo.
Bom post, minha amiga!
Já tens o colete? E sabes onde está?
ah ah ah
Jinhos

2:14 PM  
Anonymous Anonymous said...

Bom dia bela Leonoretta!

É claro que me conheces, é claro que te conheço. Se tiveres com atenção logo vais identificar-me. Aliás, não é meu objectivo dificultar-te a tarefa rsss (só resolvi usar o nome das meninas que entravam nas histórias que inventava para contar aos meus filhos). É certo que há cerca de um ano não comunicavamos. Nessa altura já eras bela, sabias bem que o eras, querias ser ainda mais,mas eras dominada por dúvidas que te impediam de viver com alegria a beleza de que és dotada rsss. Desperdicio puro, digo eu rss! Ou não - todas as fases da nossa vida são importantes e determinam a fase seguinte. Assim, neste momento, estou capaz de afirmar: abençoada fase que passou que tão belos (bela) frustos está a dar!

Beijinhossss muitos com mta ternurinha

Ana Joana

2:57 PM  
Anonymous Anonymous said...

Leonoretta,

Subscrevo a opinião do António: muito mais fácil estacionar na realidade do que na virtualidade. Contudo, nem tudo na vida é assim!!! rss

beijinhos e optimo domingo

3:03 PM  
Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Leonor
Não pude deixar de me rir... e sabes porquê. Já agora outra dica, há carros que têm o sobresselente por baixo, apertado no chassis (já não se usa, mas nunca fiando, eheheh)
Qual trauma? Todos temos coisas que não sabemos, ou melhor, não queremos aprender. O meu é na cozinha.
Um beijo
Daniel

3:53 PM  
Blogger Leonor said...

antónio
tu arrumas o carro aqui neste jogo e arrumas um camião tir de olhos fechados.
qual colete? aquele que agora se usa no banco do condutor? estás a brincar!

Ana Joana
confesso que me enganei a tentar perceber quem eras. e agora conjecturo... podes ser muita gente.
as únicas duvidas que eu tenho e que sempre tive são em relação a um deus, se existe ou não. por isso mantenho-me agnóstica.rs
de resto tudo é aprendizagem. e como depois da tempestade aparece sempre o arco iris, "gracias á la vida que me ha dado tanto".

Daniel
chassis... hã, hã... bom, depois logo vejo o que é o chassis.

abraço da leonor

5:55 PM  
Anonymous Anonymous said...

É por isso que eu digo que quem tira a carta de condução deveria ter uma aulas de prática para estar dentro destes assuntos... ah ah ah... Mas isto todos deviam ensaiar em casa, para no caso de pneu furado saberem o que fazer...
Eu já tive que mudar um pneu, sozinho, com chuva e muito vento, piso de terra,muito irregular, e o macaco não tinha espaço para ficar debaixo do carro. Mas resolvi !
Resta só dizer que estacionei o carro neste jogo, e mais não perco tempo com jogos...
Beijinhos. Filipe.

8:12 PM  
Blogger augustoM said...

Leonor, não saber mudar o pneu ou não saber onde se encontra o sobresselente ou ainda ser menos hábil a parquear, não é problema de maior, desde que se saiba conduzir com civismo, e isso sim, é que é importante.
Mas o carro hoje em dia não é, como no seu caso, unica e simplesmente para ser utilizado para deslocações, mas um instrumento da vaidade, o que leve as pessoas aos maiores sacrifícios
para a poderem satisfazer.
Um abraço. Augusto

9:22 PM  
Anonymous Anonymous said...

Não posso ser muita gente, posso é ter, como toda a gente tem, coisas em comum com muita gente rsss. O que faz de nós seres unicos é a forma como as caracteristicas se conjugam e não as caracteristicas por si só rss.

Rss felizmente para ti e para nós todos que te lemos e para os que privam mais de perto contigo, Deus não é a tua unica duvida. Poderá ser a tua duvida persistente ou permanente mas não a unica, felizmente! rsss
Beijinhos
Ana Joana

9:35 PM  
Blogger António said...

Meu Deus!
Como estás linda nessa nova foto!
Jinhos

10:46 PM  
Blogger Mocho Falante said...

é..começo a desconfiar que este Blog me tornou dependente... fo simplesmente delicioso o que acabei de ler!!!!!

Pode ter passado 15 anos admitir a humilhação, há quem o não faça nunca, um dia quando tiver coragem conto a história de quando resolvi dar uma mangueirada no meu Renault 5 bem velhinho só porque eu sentia um calor estranho dentro do carro.

PS: O jogo é de ficar com os nervos em franja, salvaram a caixa dos Bromalex que tenho sempre comigo!!!

Cordiais Bicadas

12:24 AM  
Blogger Daniel Aladiah said...

Estás convidada...

12:37 AM  
Blogger Night said...

Bem vou deixar de jogar senao deixo de saber estacionar :P

12:56 AM  
Anonymous Anonymous said...

Ahahahahahahah eu já sabia da história, mas contada assim, está divinal... Arrumar aquele carro? Fácil demais, por isso nem sequer tentei... eheheheheh olha, como te sucedeu, tive um furo, não sei onde está o pneu e não consigo arrumar o carro....
Ricky à nora...

11:42 AM  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Querida Leonor

Sempre com desafios! este (como de costume) está giríssimo :) Por acaso com estas maquinas não tenho grandes problemas, mas no que diz respeito a mudar de pneus, já é um outro assunto, já tive dois furos, mas assim que parei, de imediato surge um gentil cavalheiro que faz a troca do pneu com a maior das amabilidades.

Lá para a 4ªvez é que consegui estacionar aquela coisa, fartei-me de rir!!

Estás linda nesta foto

Beijinhos grandes

5:00 PM  
Blogger Leonor said...

Filipe
se eu tivesse que mudar um pneu nessas circunstâncias que contas, não fazia nada. mandava apenas um very light e gritava mayday.rs

Augusto
conduzir com civismo. concordo.não só na condução mas em todo o lado.

Ana Joana
a descoberta da tua pessoa virá devagar e deliciosa nesta busca infindável de descortinar cada palavra tua...

António
obrigado pelo elogio. mas o mérito não é meu. é do fotógrafo, o meu marido, que percebe de perfis e enquadramentos.

Mocho falante
agora fiquei curiosa para saber da tua história. Vá! começa lá a martelar as teclas para nós ouvirmos.

Mistério
o que é isto? já não bastava ter de adivinhar que é a ana joana e tenho agora outra ridle para eu decifrar? rssss

wolf
acho bem, acho bem. foi o que eu fiz. até no jogo era cada embate..

Lazuli
parabéns pelo comentário. gosto deles divertidos assim como o teu.

Frog
nao acredito! uma semana para contar a história e nem mais um dia.

Ricky
sim, sim, ricky. nem sequer tentaste...pois...

Carlos
já sabes que nos chineses arranjamos tudo.até sapatos.

Betty
com uma cara linda como a tua quem não pararia para te ajudar?
ainda bem que gostaste do jogo.

abraço a todos da leonor

5:44 PM  
Blogger José Gomes said...

Leonor,
Problemas com esta máquina infernal (ou com a minha capacidade de raciocínio a deixar-me ficar mal!) só agora consegui ler esta bela narrativa.
Já não há cavalheirismo como nos tempos das cavernas...
Nessa altura quando via uma mulher condutora em dificuldades (independentemente da idade, entenda-se!)lá ia dar uma ajudita a mudar o pneu...
Tirando uma dor de costas que me pôs de cama 15 dias, tudo terminava com um sorriso e um obrigado!
Já não há cavalheiros como antigamente!!!!

8:07 PM  
Blogger Leonor said...

José
é verdade. a luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres acabaram com o cavalheirismo.
já nao se abre a porta do carro, já nao se puxa a cadeira para a senhora sentar...
tempos modernos...rssss

8:55 PM  

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