Cada terra com seu uso
Foto da Pimentinha do Blog FotoAprendiz
Não perguntei nada, evidentemente.
da Leonor
Vou de Fão até Esposende para mais uma aula do projecto de matemática promovido pelo Ministério da Educação para os professores do 1º ciclo. O insucesso escolar em matemática em Portugal começa a verificar-se a partir do 8º ano de escolaridade, chegando a notas completamente miseráveis no 12º ano, e a culpa é dos professores do 1º ciclo.
A meio do percurso enganei-me na direcção. Na primeira oportunidade de fazer retomar o caminho perdido, o cálculo precipitado de avanço num sinal de stop lançou-me o farolim esquerdo do meu carro para porta direita traseira de outro carro, que confesso a pés juntos, não sei como é que apareceu na minha frente.
O dia não estava a findar lá muito bem e de repente necessitei de tomar um estimulante para recuperar a adrenalina gasta na contrariedade que me deixou o psicológico de rastos.
Entrei numa pastelaria e pedi:
- Desejo um garoto por favor. Quentinho.
- Garoto? – repetiu a empregada.
- Sim! Um café com leite numa chávena pequena.
- Ah, um pingo!
- Sim, sim! Um pingo. Quentinho, por favor.
- Directo ou normal? – perguntou a empregada.
Ai, que o inquérito nunca mais acaba, pensei eu, começando a enervar-me.
- Qual é a diferença? – perguntei, de calma aparente.
- Um tem mais café e o outro tem mais leite. – explicou a empregada.
- O que tiver mais leite. Quentinho, por favor.
Ingeri um pingo horroroso, algo diferente do meu garoto leite com café cremoso a que estou habituada.
Questionei com o VP qual seria a lógica de diferenciar uma bebida da outra como uma sendo “directo” e a outra sendo “normal”. É claro que deve ter uma lógica.
- Olha - disse-me ele - vais à pastelaria e perguntas: "aparte isto ser uma lavasqueira…"
A meio do percurso enganei-me na direcção. Na primeira oportunidade de fazer retomar o caminho perdido, o cálculo precipitado de avanço num sinal de stop lançou-me o farolim esquerdo do meu carro para porta direita traseira de outro carro, que confesso a pés juntos, não sei como é que apareceu na minha frente.
O dia não estava a findar lá muito bem e de repente necessitei de tomar um estimulante para recuperar a adrenalina gasta na contrariedade que me deixou o psicológico de rastos.
Entrei numa pastelaria e pedi:
- Desejo um garoto por favor. Quentinho.
- Garoto? – repetiu a empregada.
- Sim! Um café com leite numa chávena pequena.
- Ah, um pingo!
- Sim, sim! Um pingo. Quentinho, por favor.
- Directo ou normal? – perguntou a empregada.
Ai, que o inquérito nunca mais acaba, pensei eu, começando a enervar-me.
- Qual é a diferença? – perguntei, de calma aparente.
- Um tem mais café e o outro tem mais leite. – explicou a empregada.
- O que tiver mais leite. Quentinho, por favor.
Ingeri um pingo horroroso, algo diferente do meu garoto leite com café cremoso a que estou habituada.
Questionei com o VP qual seria a lógica de diferenciar uma bebida da outra como uma sendo “directo” e a outra sendo “normal”. É claro que deve ter uma lógica.
- Olha - disse-me ele - vais à pastelaria e perguntas: "aparte isto ser uma lavasqueira…"
É claro que depois levas um "directo", o que é normal.
Não perguntei nada, evidentemente.
da Leonor
29 Comments:
Leonoreta,
Peço desculpa, mas para mim «directo» ou «de máquina» é aquele que tem café expresso e «normal» é o que tem daquele café hotel, tipo saco.
Peço sempre «de máquina», seja galão seja meia-de-leite, porque odeio o que se chama de «normal». Gosto mesmo de sentir o sabor do café e não sou muito amiga de leite. É mais para compor, tás a ver?
Mas se há conclusão a que cheguei na vida é que é muito importante o esforço que devemos fazer para chamar as coisas pelos nomes... Nalgumas situações é fundamental!
É como os bolos de pastelaria, que isto de dizer «um destes» e «outro daqueles», não tá com nada!
Bjs
Mas isso dos usos da terra lembra-me umas histórias que sei do Brasil...
Por exemplo, um técnico de informática brasileiro, recém-chegado ao nosso Portugal, desejoso de impressionar o patrão disse, em frente dos colegas: «ó cara eu tou aqui para trabalhar, faço bicos, faço tudo»
Tiveram que lhe explicar que em Portugal se deve dizer «biscates», porque «bicos» é outra coisa...
Bjs
LOL.. Quem vos manda terem palavras diferentes lá para terra de Mouros?? LOL. Obrigada mais uma vez pela publicidade ao meu FotoAprendiz ;)**
ora vamos lá perceber estes dialectos todos...a propósito vai um cimbalino???? LOL
olha passa lá no meu poiso para veres um triste noticia
Beijocas
se fosse há uns anos atrás e pedisses um café por essas zonas, vinha-te assim uma chávena grande com uma mistela prto-claro que parecia água de lavar chévenas... Para teres direito a um café em condições tinhas de pedir um "cimbálino"
Aqui há tempos recebi um mail muito giro com a descrição de todas as nossas complicadas bebidas. Se o achar eu mando-te!
As selecções tinham e, suponho que tenham ainda, uma secção intitulada de "Flagrantes da vida real"... e, como este está tão bem contado... àparte o carro fantasma que apareceu não se sabe donde, e que causou um farolim estragado, tudo é bem disposto contado, que vivido não foi não. Mas houve vontade e disposição para o contar... o que é bom sinal...
Como todos começam a dar sinais de impaciência no desejar das boas festas, aqui deixo para ti Lianor camoniana, para o VI e para os teus filhotes e demais família, os desejos dum BOM e SANTO NATAL, e claro com reflexos no ANO NOVO cheiinho de coisas boas, como saúde, tostões quanto baste (pelo menos...) e muitos textos lindos cá para o blog que eu gosto...
Bjinhos Ricky
Querida Leonor
Um pingo de cimbalino, é assim que se pede, ou pedia, sei lá... que não tomo pingos :)
Tomar garotos nem será agora politicamente correcto :) (uf...)
O problema da matemática começa em casa, com os pais a torcer o nariz, é uma questão de mentalidades, depois continua com os professores, obviamente, pois não sabem em geral o que a matemática é e como explica a vida... e já disse o suficiente para 98% do país torcer a cara, lol.
Um beijo
Daniel
Querida Leonor!
Uma crónica do dia a dia contada da forma atractiva que sabes usar tão bem.
Cá por mim, quando peço (ou pedia) um pingo, ou não digo mais nada ou acrescento "claro" ou "escuro".
É claro, não é?
E concordo com o Daniel.
Isso de pedir:
- Quero um garoto, por favor!
é política e sexualmente incorrecto.
eh eh
Beijinhos
Quando chego por cá, na maioria das vezes é como se sentasse em volta d'uma fogueira... e junto a mim um bocado de outras pessoas... algumas atiçam o lume, outras conversam entre si... até que ergues a voz! - não tão alto, mas o bastante para todos os pares de olhos dos presentes se fixarem em ti. É quando principias mais uma história, contadora de histórias!!!
Dois abraços fraternos: um pra ti e outro para o VP.
'Pera lá, Leonor, que uma amiga minha, aqui de Braga, entrou numa pastelaria, padaria, café, self-sevice e sei lá que mais e, dirigindo-se ao empregado pediu um café bem cheíiinho
O empregado olhou-a de lado, não eram sequer 8 h da manhã, e, depois de hesitar um pouco, voltou atrás e perguntou: (casa cheia de gente) "-Tem a certeza?" - a minha amiga ficou a olhar para ele com cara de poucos amigos (mas que coisa! Que mal tem um café bem cheiiinho?).
Bom, o empregado demorou um pouco, ela viu-o às voltas por trás do balcão, a pegar numa garrafa, mas, como estava muita gente, acabou por se distrair, absorta a pensar numa outra coisa qualquer.
Volta o empregado, de chávena fumegante e a minha amiga bebeu...- Mas que coisa é esta? Isto sabe mal como tudo!
-Mas eu perguntei à senhora se tinha a certeza se queria um café com cheirinho (uma chávena com pouco café e uma boa dose de bagaço)
Estás a imaginar a vergonha da minha amiga? Ah!Ah!Ah! Esta ficou para os anais! Ainda agora nos metemos com ela se não quer um café com cheirinho...rsss
Beijo, Cris.
Andas muito perto de Braga.
Se vieres até cá, avisa e levo-te a tomar um pingo muito bem tirado acompanhado por uns bolitos que são uma delícia!
Jinhos, muitos.
Adorei ler-te, como sempre!
Olá, Leonor!
Por vezes, acontece-nos situações caricatas, mas enfim, em Roma sê Romano!
beinjinho grande,
Obrigado pela visita que me fizeste na prisão.
Quando sair levo-te uma prenda: um pacotinho de coca...eh eh
Beijinhos
Querida Leonor
Tu e as tuas "crónicas" sempre tão reais (tenho uma situação muito semelhante)
Mas o meu "garoto" vinha bem tirado :) tu não tiveste essa sorte:(
Beijinhos
Olá
Ora por estes lados a diferença entre um directo e um normal é o sitio de onde vem o café.
No normal, são os restos que se vão aproveitando dos cafés tirados, já no directo metem um café lá para dentro...
Quanto à matemática, tudo se resolve co mum poco de estudo.
Bom dia, eu gostei de passear por estas palavras
No Norte é assim. Vou contar um episódio que se passou comigo. Quando vou ao café nunca peço bica mas sim um café. No Norte, no príncipio das minhas lides por essas terras, pedia como era habitual um café e os gajos ficavam a olhar para mim como se eu estivesse a falar xinês, e convicto de que não estava a ser entendido apontava para a máquina e voltava a pedir o café. Ah um simbalino diziam eles como se eu fosse um ignorante. Perguntei a mim próprio o porquê do nome e cheguei à conclusão que o nome vinha da marca da máquina de café Cimbali. Espera que já te digo. Numa outra vez, noutro café, antes de fazer o pedido olhei para o nome da marca da máquina, de que já não me lembro do nome, mas suponhamos que era Ricali, eu então pedi, dê-me um ricalino se faz favor. Desculpe, o que é que pediu o senhor? Um ricalino por favor. Um ricalino? mas o que é isso? voltou o empregado a perguntar. Apontando para a máquina respondilhe uma vez mais, um ricalino. Ah um cibalino, foi o grito de eureca do empregado. Desculpe o que está escrito na máquina é Ricali e não Cimbali, reclemei. Isso não interessa, é tudo simbalino. Ri-me e disse, venha lá então um simbalino da Ricali. É o Norte Leonor, são mesmo muito castiços.
Um beijo. Augusto
Idas e voltas de percursos incertos tranquilizadas nas vozes que por aqui se ouvem nos caractéres de sons dispersos!.. Existe sempre uma primeira vez para outras tantas subsequentes que nos enriquecem conhecimentos. A minha primeira vez foi um encanto, e os deuses estavam a dormir.
Beijos, Feliz Natal
voltei para te ler
é tudo tão real o que descreves e é bem verdadeiro o ditado "cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso"
eu já troco tudo, passei a pedir sempre uma "bica curta" e eles que se entendam
gostei de ler a tua "crónica"
beijinhos meus
lena
Por isso é que peço leite com hocolate ucal aquecido......
mas para não ficares trisronha que tal a tal piadinha que tou a seculos para te contar???
--------
O sr. Silva ao chegar a casa trincou parte da porta, mastigou e exclamou:
«Lar, doce lar»
Vou com alguma frequencia ao Norte do país, e por consequencia, já tive também alguns desencontros destes, e é nos cafés e restaurantes que mais sentimos essas diferenças, lembro de um caso na Madeira que pedi 1/2 de leite para a minha filha, e além de não saberem o que era tambem não sabiam como fazer, expliquei fui servido e no fim não paguei(a 1/2 de leite) porque não existia na lista de preços da pastelaria.
Portanto se calhar vai ter mais surpresas destas, Ah não se esqueça de depois partilhar com a rapaziada...
JMC
Olá Leonoretta,
É por essas e por outras que no Canadá, em cima de qualquer mesa de café, encontras uma lista com a descrição daquilo que constitui cada "nome" de café possivel de ser servido. E curiosamente (pelo menos para mim, que julguei que fossemos os que tinhamos mais variedades para opção)podemos encontrar mais variedades do que aquelas que alguma vez tinha ouvido.
E depois (eheheh), como o banal(directo ou normal) suplantou o principal(problemática da matematica no percurso escolar dos nossos meninos). O farorim teu e a porta traseira direito do outro, serão mesmo o mais simples de reparar.
E eu lá me fiquei a sorrir mais uma vez e com o apetite alvoraçado para ir tomar a minha bica quase cheia eheheheh.
Beijinhos
Ana Joana
PARA JMC E PARA ANA JOANA
ola aos dois
amigos anonimos, devidamente identificados, desculpem ficar-me so pelo agradecimento da vossa passagem pelo Ex e pelo comentario que cada um me deixou, mas estou enregelada e mal consigo escrever este muito ao obrigado aos dois.
abraço da leonoreta
Querida Leonor
Passei para te dar um grande BEIJO...
QUERO DESEJAR
UMAS FESTAS FELIZES
COM MUITO AMOR, SAÚDE E MUITA PAZ
Para todos os que te são queridos
Beijos c/muita amizade
eu não percebo nada disso, não sou muito apegada ao café, mas adoro o cheiro dos grãos de café... se bem que agora descobri um cafe com chocolate e chantilly que me seduziu totalmente:)
beijinho de natal:)
Leonar vai uma bica-pingada, ou uma meia-de-leite, ou queres antes um galão? He, he, eh...
São as matemáticas da língua das diferentes regiões.
Bom final de semana, e claro bom Natal!
Beijos
Ups...Leonor!
vim dizer-te olá e agradcer a tua ida à minha cabana
eu sou mesmo maltez, de nome, era o apelido do meu pai
beijinhos para ti e boa semana
lena
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