A lâmpada de Aladin
Sempre que leio uma história aos meus alunos procuro ter o objecto mágico à mão a fim de exercer maior influência sobre os seus sentidos. A vista do objecto mágico assegura o vai vem entre a ponta da realidade e a ponta do sonho.
Se não tiver o objecto da história em questão, um que faça parte da história, também serve. Uma varinha de condão, um chapéu de bruxa, uma tiara…
Hoje vou contar a história de Aladin e a lâmpada maravilhosa. Entro na sala. Boa tarde meninos. Mal coloco a pasta na cadeira da professora, a invasão do costume com as bisbilhotices do momento e os cadernos abertos na folha do trabalho de casa.
Lá se sentam. Lá se acalmam. Tiro da mala uma lâmpada em casquinha ou coisa parecida e coloco-a em cima da secretária junto de um pano com cornucópias a lembrar as arábias. Ao verem a lâmpada esperam pela novidade.
À força de contar a história tantas vezes já a conto olhos meus nos olhos deles. É outra maneira de cativar a audiência.
Se eu tivesse uma lâmpada cheia de um génio que me fizesse as vontades juro que seria moderada nos meus pedidos. Não faria mais do que um por dia o que me obrigaria a fazer uma lista de prioridades a fim de fazer boas escolhas e ver o que seria mais importante e tal…
Então, o que vocês pediriam se tivessem o génio ao vosso dispor? – pergunto. Uma playstation.- respondem.
Todos querem uma playstation.
- Olhem, digo eu, isso já pediram ao Pai Natal.
Mas o Pai Natal, pelos vistos, ou não encontrou a playstation, ou não sabia o que era, ou simplesmente lançou o pedido ao vento. Agora tentavam o brinquedo com o génio da lâmpada, quem sabe….
De repente, um dedo no ar.
Mas o Pai Natal, pelos vistos, ou não encontrou a playstation, ou não sabia o que era, ou simplesmente lançou o pedido ao vento. Agora tentavam o brinquedo com o génio da lâmpada, quem sabe….
De repente, um dedo no ar.
- Diz, diz…
- Professora… como é que o génio come e dorme aí dentro?
Ouço uma campainha na minha cabeça. Vejo-os a saírem desalmadamente pela porta fora. Afinal a campainha é o toque para o intervalo. E eu penso "save by the bell". Contudo, ele voltaria à carga. Mas eu tenho meia hora para pensar na rotina diária do génio no interior da lâmpada.
Ouço uma campainha na minha cabeça. Vejo-os a saírem desalmadamente pela porta fora. Afinal a campainha é o toque para o intervalo. E eu penso "save by the bell". Contudo, ele voltaria à carga. Mas eu tenho meia hora para pensar na rotina diária do génio no interior da lâmpada.
Leonor
13 Comments:
Pois é! Mas .. será que irá dar resultado???Eu acho que aqui deixaria mesmo a imaginação dos colegas fluir e tentar resolver o "problema"! E sabes o que faria mais? Reaprenderia a imaginar com eles! :)**
Nem os génios das lâmpadas nos livram das irreverências dos miúdos!
jinhos
Quando souberes a resposta avisa, que eu também quero saber!!!
é verdade, quando é que me ensinas a fazer a letra do blog nos outros titulos??
O Aladino com a sua lâmpada está sempre na nossa imaginação... o que difere são os pedidos... em pequenos são uns, depois começam a ser outros... O Pai Natal, não é um outro departamento... a sua filiação comercial estraga muito do encanto que o Aladino tem, teve e terá... ele não dá pano para mangas compridas, só vale mesmo a imaginação... como o bolero de Ravel nos faz sonhar, voando, voando... Há sempre um Aladino à nossa espera, para sonhar...
Leonor, estás na tua imaginação dar a continuação à história, pelo prisma do miúdo... fá-lo entrar no mundo das "gentes pequeninas" que povoam a nossa imaginação (diria mais, as nossas tradições mais antigas!).
Estou a lembrar a Mary Poppins a tirar daquela saca os mais estranhos e variados objectos...
Mas quem pode dirigir a história, versão, Leonor, é mesmo a tua imaginação irmanada com a imaginação das tuas crianças...
E já agora, será que poderei fazer um pedido ao génio da tua lâmpada?
Um abraço.
José Gomes
(porque será que fiquei sem identidade no teu blog?!!! - cada vez percebo menos esta coisa de computadores... prefiro a magia!)
Querida Leonor
Posso ajudar? O génio tem um tempo diferente do nosso, logo milhares dos nossos anos são segundos para ele... daí estar sempre em acção, pois os seres humanos estão sempre a esfregar a lâmpada, sonhando com riquezas, que valem o que valem...
Um beijo
Daniel
Leonor, ainda bem que a Lâmpada de Aladino não passa de uma história, se fosse verdade a sua existência, a nossa vida era um verdadeiro inferno. Muito engenhoso e pedagógico da sua parte, de fazer-se acompanhar de um objecto quando conta uma história. É uma óptina forma de catalizar a atenção dos ouvintes.
Um abraço. Augusto
Querida Leonor
A ideia de levar a "Lâmpada de casquinha" para contar a história de Aladin, é tão maravilhosa quanto a própria história. E tenho a certeza que te vais sair muito bem na resposta.
Um beijo
Sempre achei que a lamparina era a casinha do pgrande genio que dentro da lampada se tornava tão pequeno como uma formiga!
Sendo ele mágico não precisava de ir as compras! estalava os dedos e tinha o amior manjar ao seu dispor! e noutro estalar de dedos fazia desaparecer os restos.
.....Eu pelo menos sempre vi assim o interior de uma lampada mágica...
Se a Lâmpada de Aladino pudesse resolver os nossos problemas... Tenhamos FÉ !...
Manuela
quando me entalam é o que faço, viro o bico ao prego, rs
António
os miúdos lembram-se de tudo.
Saltapocinhas
Houve muitas respostas: o génio é de fumo, é mágico, não precisa de comer e de fazer outras coisas; fica pequenininho, cabe muito bem lá dentro...
Quanto à letra, para te dizer a verdade, não me lembro, mas vou perguntar a qeum me ajudou.
Cokas
já lá fui ao teu blog. Gostei sim
Frog
curiosamente é o aluno que tem piores resultados nos objectivos pretendidos. mas de vez em quando, dele sai destas.
Ricky
pois é, a magia, o objecto mágico, o amuleto, qualquer coisa que estabeleça a ponte entre o que podemos e o que queremos.
Carlos
na altura quase que entro em pânico, bem vês, eles pensam que eu sei tudo, rs
José
ai, mas eu adoro a Mary Poppins. vi o filme, li o livro montes de vezes. aquela palavra mágica põe qualquer um bem disposto.
Daniel
Concordo! e diria mais, a magia não tem tempo...
Augusto
tenho pena que a lâmpada seja só uma história. podia haver algumas perdidas por ai e uma delas vir parar às minhas mãos.
Betty
comprei um princepezinho que é uma loucura. um bonequinho de pano de 15 cm lindo.
Colibri
pelo que deduzi nas perguntas que fiz aos miúdos também é assim que eles pensam na sua maioria.
Filipe
A fé é um mistério, como ele existe em nós.
obrigado a todos pela visita
Eu manteria a menina suspensa, ou, melhor dizendo, ripostaria espicaçando a menina para que tentasse arranjar a solução, utilizando a sua própria imaginação.
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