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Mínimo sou, mas quando ao Nada empresto a minha elementar realidade, o Nada é só o Resto. Reinaldo Ferreira

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Dizem que sou como o sol mas com nuvens como na Cornualha

Tuesday, May 03, 2005

Atrás das Grades




A visita anual ao jardim zoológico é quase obrigatória nas escolas do 1º ciclo. O jardim é um lugar fabuloso para as crianças. É a possibilidade de verem ao vivo e a cores os animais selvagens que vêem nos livros e na televisão que de outra maneira não poderiam ver.
Daí que além de lúdica a visita também é pedagógica e adquire um carácter ritualista: a criança que vai lá pela segunda vez gosta de mostrar aos colegas que nunca lá foram certos passos que já conhecem.

Visitas de estudo com os miúdos de Chelas podem surgir como desmotivantes para os professores na medida em que se eles têm dificuldades em saber estar numa sala de aula mais transtornos darão em espaço aberto fora da escola.
Todavia, a novidade do mundo pouco acessível, para além da rua que os leva de casa à escola e da escola a casa, coloca-os em estado de êxtase. Em fila de dois a dois caminham, olhando para todos os lados para não perderem pitada. È a saída da Caverna que Platão descreve na sua Alegoria. Dilatam-se os horizontes.

Vemos os Leões marinhos. Deliramos com os golfinhos. Gostamos tanto deles que queremos trazer um para a sala de aula. na impossibilidade desenhamo-lo, deixa lá. Depois a visita continua. Elefantes, leões rinocerontes. E os tigres… e os chimpanzés… nas jaulas. Exíguos, diminutos, escassos compartimentos de azulejo branco, rachado e debotado pelo tempo. No meio da gaiola um tronco ou um pneu, conforme as necessidades do animal a fim de lhes dar um cheirinho a selva.

Não é preciso chamar a atenção dos miúdos com palavras para as condições do cárcere. Percebem-nas no meu silêncio e no meu olhar de rejeição. E os miúdos de Chelas, famosos pela sua violência verbal e física, estigmatizados por serem de Chelas, condoem-se com os bichos atrás das grades.

No dia seguinte, desenham o animal que mais gostaram de ver. Assomam-se nas folhas brancas golfinhos, girafas, e aquele chimpanzé triste, apertado no meio de paredes, que a professora fotografou.


Leonor

17 Comments:

Blogger isa xana said...

é por isso que não me sinto bem no Jardim Zoologico ou em qualquer lugar onde veja animais presos

**

2:57 PM  
Blogger José Gomes said...

Já há muito que não visito animais em cativeiro - houve tempos que adorava ver o "chico do palácio" (um simpático gorila que me deitava uns olhos tão tristes que me arrepiava!), o leão que mal tinha espaço para respirar... e assisti ao corte das unhas, mesmo com anestesia, que me fez vir as lágrimas aos olhos...).
Sei que os "miúdos" adoram ver os animais... e acredito que numa primeira fase são puros!
Mas é deprimente para os animais...
Desculpa, Leonor, creio que vou deixar estas coisas pois deixo aqui toda a minha negatividade...
Um abraço.

5:41 PM  
Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Leonor
Ninguém gosta de prisões... e os animais do zoo são alguém...
Um beijo
Daniel

6:19 PM  
Anonymous Anonymous said...

Prefiro vê-los no seu habitat natural... habituei-me a isso, fui educado desde miudo, em África uma das funções do meu Pai na sua actividade profissional era o defender a fauna... por isso, lá em casa os animais tinham um lugar distinto na nossa consideração...
Ricky

10:28 AM  
Blogger augustoM said...

Leonor, se eu algum dia mandar, acabo com os jardins zoológicos, o porquê está no lhar dos animais.
Um abraço. Augusto

5:31 PM  
Blogger Leonor said...

Isa
José
Daniel
Ricky
Carlos
Augusto

é triste ver os animais ali que não é bem o estar preso, que é grave, mas é mais o estar apertado que dói.

abraço a todos

9:45 PM  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Querida Leonor

Adoro animais!

A minha empregada está proibida de matar os aranhiços que encontra pela casa, apanha-os e é no jardim que ela os deixa.

Eu não gosto do jardim zoológico, os animais, para mim todos eles são muito tristes ali dentro, é um sítio que eu faço questão em não ir.

Um beijão Grande

10:42 PM  
Blogger M.P. said...

Animais em cativeiro dão uma imagem agressiva fo que é viver limitado na liberdade de acção e de desintegração de habitat. É bom que os miúdos vejam e julguem estes viveres. Mas mesmo assim toda esta excitação deirem atá a um mundo novo, rebentando as peias da rotina e do seu mundo nornal, representa um marco para aqueles que tomaram parte na visita que permanecerá indelével nas suas mentes. Experiências que eles guardarao e que NUNCA esquecerão!:)**

11:55 PM  
Anonymous Anonymous said...

lembro-me de quando em pequena ouvir dizer: "são animais, não tem sentimentos". Quem disse isso não tinha sentimentos.
Não vou ao jardim zoologico há uns 3 anos. Mas estive lá durante 15 dias no ATL do jardim zoologico aoprendedo coisas sobre os bixarocos.
E talvez por isso não enha voltado lá mais. A minha coordenadora parava e falava sobre o determinado animal e eu não ouvia metade ficava a olha para o bixinho! E tanta pena me metia!
As crianças sempre gostam do Elefante Indiano! O do sino! Ele não foi feito para estar ali um dia inteiro a segurar na moeda e a tocar o sino, mas todos gostam, e todos aproveitam, deste animal que está cansado, para sedivertirem.
Mas para ser sincera o que me metia mesmo pena era ir ves os passáros, metia-me uma pena olhar para os Hipogrifos (um abutre)...
A minha mãe sempre me impediu de ter um animal de estmação dizendo: Não temos condições para ter uma animal. Pena que o jardim zoologico não tem uma mãe como a minha.
Não gosto nem de jardim zoologicos nem de circos!
Também outro local sem condiçoes para os pobres animais.
Mas o que interessa isso afinal "são animais, não tem sentimentos"...

12:09 AM  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

FELIZ ANIVERSÁRIO...
Querida Leonor

Voa, livre e feliz, para
além de aniversários, através da eternidade e encontrar-nos-emos de vez em quando, sempre que quisermos, no meio da única festa que nunca poderá terminar.

(RICHARD BACH)

Um beijo cheio de CARINHO

1:19 AM  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

PAAAARAAABÉÉÉNS A VOOOOOCÊÊÊÊÊ
NESTA DAAATAAA QUEEEERIIIIDA
MUITAS FEEE-LI-CI-DAAAA-DES
MUITOS AAAAANOOOOS DEEEE VIIIIIDA...

FELIZ ANIVERSÁRIO

Mu... mui... muit... muito... MUITOS BEIJOS!

9:41 PM  
Anonymous Anonymous said...

Coitados dos animais por terem de aturar este humanos doidos!! :(

2:39 PM  
Blogger Leonor said...

Betty
obrigado pelos parabéns.
pelo poema de richard Bach e pela cantoria, rssss

beijinho da Leonor

7:42 PM  
Blogger Gustavo Monteiro de Almeida said...

Vou cometer uma inconfidência:

Duas pessoas da minha família, pai e filho, foram dos primeiros impulsionadores do Jardim Zoológico de Lisboa. Em pleno séc. XIX, era normal o gosto pelo bric-a-brac, pelo exotismo, pelas ciências e pelo conhecimento de todos os povos, sua fauna e flora.

Assim se terá constituído o Jardim Zoológico de Lisboa, na esteira dos pensamentos e sonhos de inúmeros grandes homens da centúria de oitocentos. Provavelmente, a existência de um Jardim Zoológico, equivaleria, então, a uma enciclopédia animal e vegetal ao vivo, onde todos os cidadãos, principalmente os mais pequenos, pudessem buscar mais um pouco de saber.

Hoje em dia temos a consciência que estes Jardins têm, também, como propósito a salvaguarda de espécies raras ou em vias de extinção, e permitem às crianças começarem, desde o início, a apreender o real valor da natureza que nos rodeia. Infelizmente faltam sempre meios, o que inviabiliza que muitos desses animais possam estar nas melhores condições e sem stress...

Sei que está a ser edificado (pelo menos ainda há um ano se noticiava) um edifício em que os primatas possam viver e perpetuar-se sem se sentirem enjaulados. No entanto, tratam-se de estruturas caras… e que levam o seu tempo.

Todas as escolas podem desempenhar um papel determinante (com a organização anual visitas de estudos), de forma a viabilizarem economicamente, e na medida do possível, essa Escola da Natureza que é o Jardim zoológico de Lisboa, com todas as suas qualidades e imperfeições.

12:08 AM  
Blogger Gustavo Monteiro de Almeida said...

Já agora, Leonoretta, em que escola dás aulas?

Outra inconfidência minha: A minha mãe dava aulas na Escola n.º 195...

(Maria do Bonsucesso)

12:13 AM  
Anonymous Anonymous said...

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3:22 PM  
Anonymous Anonymous said...

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11:25 AM  

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