Cigarras e Formigas
Todos nós conhecemos a fábula da Cigarra e da Formiga.
A cigarra é um insecto nocivo à agricultura e produtor de sons estridentes, na opinião de muitos mas não na minha, que me delicia ouvir aquele cri cri, principalmente ao fim de tarde, começo de noite morninha. A formiga é um insecto de curiosos instintos sociais, pertencente a um grande número de espécies, algumas das quais nocivas também.
Seja como for, se estes insectos são nocivos ou não, o planeta lá sabe e, na devida altura, se isso for necessário, saberá dar-lhes o desbaste. Não é isso que está agora em causa.
A fábula diz-nos – eu já sei que vocês sabem, mas deixem-me lá escrever um bocadinho que eu gosto – que a formiguinha, coitadinha, trabalhou o Verão todo para ter de comer no Inverno. Nada de cinemas, praias, e outros lazeres afins. Foi só o dever, o dever, o dever…
A cigarra, pelo contrário, trabalhar está quieto, porque que tinha de pôr as cantorias em dia. Afinar a voz e a viola dá trabalho. Escolher as músicas e as letras também. Não pensem que ser artista é só prazer, prazer, prazer…
Quando o Inverno se aproxima a cigarra não tem o que comer e lembra-se da formiga que como trabalhou tanto deve ter a despensa recheada de miolo de pão. A formiga, decisiva, terminante, peremptória, diz: NÃO.
Conto esta fábula, não propriamente na Hora do Conto, mas, particularmente, na Hora da Formação Cívica exigida pelo programa educativo do 1º ciclo, se bem que formação cívica dou eu a toda a hora sem precisar de a mencionar na planificação da aula.
Pergunto aos alunos o que fariam no lugar da formiga. Negavam a comida à cigarra? Pensem que em vez da cigarra é um amigo vosso…
- Ajudávamos.
- Yah!
Pergunto aos alunos se a atitude da cigarra é justa. Não se prevenir para os momentos de aflição, contando com o auxílio dos outros…
- Olhaaaaaa!
- Trabalhasse!
A turma nunca se dividiu em facções nas respostas. Os mesmos que eram contra a formiga também eram a favor dela. Assim como tinham pena da cigarra e, ao mesmo tempo, vontade lhe dar uma tareia.
Ah! La Fontaine, do que te foste lembrar…
- Vamos dar uma oportunidade à cigarra? – pergunto.
- Simmmmmmmmmmmm.
- E se ela voltar a falhar?
- (…)!!!!!!!!!!!???????????
Moral da história:
Que moral? Não consigo falar em moral.! Cada qual tem a sua moral.
Lançei o barro à parede. O resto é com eles.
Seja como for, se estes insectos são nocivos ou não, o planeta lá sabe e, na devida altura, se isso for necessário, saberá dar-lhes o desbaste. Não é isso que está agora em causa.
A fábula diz-nos – eu já sei que vocês sabem, mas deixem-me lá escrever um bocadinho que eu gosto – que a formiguinha, coitadinha, trabalhou o Verão todo para ter de comer no Inverno. Nada de cinemas, praias, e outros lazeres afins. Foi só o dever, o dever, o dever…
A cigarra, pelo contrário, trabalhar está quieto, porque que tinha de pôr as cantorias em dia. Afinar a voz e a viola dá trabalho. Escolher as músicas e as letras também. Não pensem que ser artista é só prazer, prazer, prazer…
Quando o Inverno se aproxima a cigarra não tem o que comer e lembra-se da formiga que como trabalhou tanto deve ter a despensa recheada de miolo de pão. A formiga, decisiva, terminante, peremptória, diz: NÃO.
Conto esta fábula, não propriamente na Hora do Conto, mas, particularmente, na Hora da Formação Cívica exigida pelo programa educativo do 1º ciclo, se bem que formação cívica dou eu a toda a hora sem precisar de a mencionar na planificação da aula.
Pergunto aos alunos o que fariam no lugar da formiga. Negavam a comida à cigarra? Pensem que em vez da cigarra é um amigo vosso…
- Ajudávamos.
- Yah!
Pergunto aos alunos se a atitude da cigarra é justa. Não se prevenir para os momentos de aflição, contando com o auxílio dos outros…
- Olhaaaaaa!
- Trabalhasse!
A turma nunca se dividiu em facções nas respostas. Os mesmos que eram contra a formiga também eram a favor dela. Assim como tinham pena da cigarra e, ao mesmo tempo, vontade lhe dar uma tareia.
Ah! La Fontaine, do que te foste lembrar…
- Vamos dar uma oportunidade à cigarra? – pergunto.
- Simmmmmmmmmmmm.
- E se ela voltar a falhar?
- (…)!!!!!!!!!!!???????????
Moral da história:
Que moral? Não consigo falar em moral.! Cada qual tem a sua moral.
Lançei o barro à parede. O resto é com eles.
A Cigarra e a Formiga (de João de Barros)
Cantiga das Formigas
1,2,3 sacos de farinha
4,5,6 sacos de feijão
Trabalhando, Dona Formiguinha
Vai enchendo aos poucos seu porão
Cantiga da Cigarra
Cigarra cantadeira
Canto a vida,
canto a luz
Pois quem canta,
canta a vida inteira
Torna os sonhos mais azuis
De que vale um tesouro
Junto às flores do arrebol?
Quem quiser que junte todo o ouro
Eu prefiro a luz do sol
"Eu acho que tem razão,
Minha Cigarra querida.
Vivo juntando mil coisas
E desperdiçando a vida.
Quem trabalha como nós
Dia e noite, noite e dia
Precisa de vez em quando
De quem lhe traga alegria! " - dizem as formigas, hoje em dia.
14 Comments:
Querida Leonor
Embora que seja verdade, que todos nós conhecemos a da Cigarra e da Formiguinha. Mas tu a contar as histórias - é uma outra história! "Cigarras e Formigas" é somente uma verdadeira Delicia contada por ti. Portanto se faz favor não deixes passar muito tempo sem contar uma história. PORQUE EU ADORO LER AS TUAS!!! as que já são conhecidas ou não, não interessa!!! o que importa e serem contadas por TI...
Beijos G
Betty, tu gostas de ler as minhas histórias e eu gosto de ler as tuas... e uma com a outra nos completamos nas narrativas...
beijinho da leonor
... Todo o perfume do jardim
A magia de toda a cor
Tuas palavras, são teus sorrisos para mim
Conta... conta aquela história, Leonor.
Um beijo
B.F. de Semana
As crianças lá tem as suas razões!Se fosse agora La Fontaine mudaria a história.Arte por um Canudo2
Conheces o poema "fábula da fábula" de Miguel Torga? Eu quando conto esta fábula depois leio-lhes o poema.
Esteve ontem difícil aceder aos comentários... isto de manutenção de blogs tem o seus inconvenientes.
Gostei muito da tua "fábula" e estou a imaginar-te a contar aos teus alunos.
A Betty (que me perdoe o tom familiar) lá deve ter as suas razões, pois deve conhecer-te bem.
Tenho gostado muito das histórias que tens publicado no blog.
Quanto à versão actual (dos nossos dias) da cigarra e da formiga já nada tem a ver com o que pensou La Fontaine... Como o nosso planeta já nada tem a ver com aquele do tempo dele... e muito menos o Homem deste século que subverteu os valores que La Fontaine acreditava.
Mas isso é outra história...
Bom fim de semana.
Querida Leonor
Como sempre a genialidade pedagógica, que vale a pena ler...
Um beijo
Daniel
Agora, Agostinho...para ser mais fácil, La fontaine criaria outra história. obrigado pela visita.
obrigada Daniel, gosto que tenhas gostado da história.
Ah! José. o blog... os posts, os comentários falhados...é só dores de cabeça...
Saltapocinhas, ainda não vi a tua recomendação.
Olá... Pois as cigarras cantam enquanto as formigas trabalham e depois é que são elas...Amanhã retorna o tempo de ser formiga e ao deixar esta "cigarrice" de fim de smena, passei para te desejar uma semana sem precalços em que tudo te corra bemm.. :)**
Obrigao Manuela. boa semana de formiga para ti tmabém.
Lá diria o outro:
Nestas coisas, nem de mais nem de menos...
Trata-se de uma questão que equilibrio, antes de mais dentro de nós, trabalhando um pouco e vivendo um pouco.
E de equilíbrio social, também. Um pouco de tudo, pois não podemos ser apenas formigas.
Há que sorrir para a vida, para ela nos sorrir também...
Cigarra? Formiga? Bem, nem uma coisa nem outra... mas tantas outras...
Ricky
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