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Mínimo sou, mas quando ao Nada empresto a minha elementar realidade, o Nada é só o Resto. Reinaldo Ferreira

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Dizem que sou como o sol mas com nuvens como na Cornualha

Saturday, May 28, 2005

Pilar da ponte de tédio




Eu não sou eu, nem o outro
Sou qualquer coisa de intermédio,
Pilar da ponte de tédio,
Que vai de mim para o outro.


de Mário Sá Carneiro

17 Comments:

Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Leonor
Este poeta e o tédio... que se passou para que esta ponte de levantasse?
Um beijo
Daniel

3:44 PM  
Anonymous Anonymous said...

Escolheste "apenas" um dos maiores vultos da cultura portuguesa.
Apetece-me escrever que "balouço à beira de um poço/quase à berida caír...)

Um beijinho

5:33 PM  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Querida Leonor

Poeta e tão-somente poeta, inclusive nos contos, no teatro e na narrativa, Mário de Sá Carneiro ocupa o lugar à parte na evolução histórica da Literatura Portuguesa, tal a marca da individualidade e originalidade que imprimiu a tudo quanto escreveu. Seu caso pessoal condicionou-lhe a obra e esta corresponde a um registo vivo dele.
Se Fernando Pessoa alcançou salvar-se do caos graças a poderosa força racionante, o mesmo não aconteceu a Sá Carneiro, que submergiu tragicamente. Primeiro de tudo, porque constitui um dos casos mais raros e espantosos em nosso idioma de absoluta identidade entre a vida e a arte, a tal ponto que uma está em função da outra, de forma a impedir que se descubra onde termina uma e onde começa outra. E foi essa identificação que o arrastou para o suicídio em plena mocidade e lhe inspirou a obra poética.


Quase

... Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

(Mário de Sá Carneiro)

Beijocas

6:09 PM  
Blogger José Gomes said...

Por onde começar, Leonor?
Mas quem sou eu para falar de Mário Sá Carneiro?
Vivemos no mesmo mundo do tédio, quiçá de sombras...
Quem sou eu senão o reflexo de um outro eu indefinido, distante, perdido entre dois mundos paralelos...

Deixo-te com

"Epígrafe

A sala do castelo é deserta e espelhada.

Tenho medo de Mim. Quem sou? De onde cheguei?...
Aqui, tudo já foi... Em sombra estilizada,
A cor morreu - e até o ar é uma ruína...
Vem de Outro tempo a luz que me ilumina -
Um som opaco me dilui em Rei...


(Mario Sá Carneiro)

7:55 PM  
Blogger Leonor said...

Cidadão
concordo contigo na questão da distância. Mas para o Mário era o tédio. Talvez por isso o seu suicídio.

Cokas
gostaria de saber mais coisas...

Daniel
não percebi a tua pergunta.

Zézinho
gosto desse poema do blouço. uma vez em literatura fomos "obrigados" a brincar com ele. um dia publico a minha variante. rssssssss

betty
os teus comentários são um complemento dos temas propostos aqui no eximproviso. muito, mas muito obrigado pela tua dedicação.

José
quem és tu?
quem somos nós afinal reflexos de outros eus entre várias dimensões paralelas ou cruzadas num mesmo sistema?

obrigado pela vossa visita

8:20 PM  
Blogger M.P. said...

Eu serei eu no tédio mas eu quero ser aquele eu que não é tédio e que serei se não me procurar e me projectar no eu que me entedia e em que sossobrarei se não lhe conseguir escapar! :)Boa semana, Leonor!

8:27 PM  
Blogger isa xana said...

fui cantando enquanto lia.
a Adriana Calcanhotto tem este poema de Sá Carneiro cantado por ela.

vim deixar-te um beijo e dizer-te que ate deveria estar a estudar mais do que estou!! mas nao posso mesmo retomar o blog antes dos exames porque ja sei como sou. eu passo os dias pela blogosfera, a ver os blogs de sempre, e depois de os ver vou procurar novos e depois preparo o poema para o blog e escolho a imagem e bla bla... entao é melhor mesmo parar ate aos exames!!

jinhuuuuuuuu

12:09 AM  
Anonymous Anonymous said...

Detesto todo o tédio,
nem como mera sugestão,
muito menos como remédio,
vamos pôr a ponte no chão?

Detesto todo o tédio,
combato-o no tempo do tempo,
desfaço-lhe todo o assédio,
vivo a vida em todo o tempo!

Ricky

10:01 AM  
Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Leonor
A pergunta é um pouco retórica, é para mim, é para ti, é para quem quiser pensar nela. Não somos inocentes quando escolhemos determinados trechos..
Um beijo
Daniel

10:28 AM  
Blogger Unknown said...

entre os nossos dois "eu" há outros dois, e sempre entre os dois mais dois... e mais dois, que fazem um unico EU

10:33 PM  
Anonymous Anonymous said...

Manuela
como eu diria a um dos meus miudos, :muito bem!
és o máximo nos trocadilhos.

Pedro
espantoso de facto. não se comenta Sá Carneiro. lê-se e é-se.

Isa
agradeço demais a tua visita nesta altura dos exames que te reclamam de corpo e alma. continua. depois voltas em força.

Frog
aprecio a tua presença e o poema que deixaste. gosto destes complementos...

José, outra vez,
quero agradecer também o poema que deixaste, lindissimo, e que eu me esqueci de dizer obrigado. sorry, sorry.

Ricky
O tédio? odeio-o também. mas ele vem sempre mais dia menos dia e lá estou eu a enxotá-lo da maneira mais sábia que eu arranjo.

Daniel
agora percebi-te. tens razão. perspicácia da tua parte.

Carlos
o que acabaste de dizer pressupõe um desdobramento múltiplo de personalidade, rssssssss
que não é novidade para escritores, senão de onde surgia tanta personagem?

agradeço do coração a vossa visita

10:00 AM  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Querida Leonor

Não resisto!

Porquê que ninguém fala da Obra do Homem!
Só falam do tédio!

Escreveu contos (Princípio, Céu em Fogo, Narrativa, Confissão de Lúcio, Poesia (Dispersão) a que se juntaram os poemas de (Indícios de Oiro), formando suas (Poesias Completas) teatro (Amizade) em colaboração com Tomás Cabreira Júnior. Publicaram-se-lhe as Cartas a Fernando Pessoa, em dois volumes, de indiscutível importância para lhes compreender o caso íntimo e a trajectória estética.

Dono de uma insólita hipersensibilidade, aguçada ao extremo do delírio e da loucura, é certo! Mas poeta sempre acima de tudo, inclusive nas obras em prosa, Sá Carneiro plasmou pela primeira vez em Língua Portuguesa realidades até então insuspeitadas. Para tanto, violentou a ineficaz e espartilhaste gramática tradicional e passou a usar uma sintaxe e um vocabulário novos, que lhes permitissem manipular fórmulas expressivas absolutamente pessoais, plásticas, maleáveis e aptas a surpreender o fluxo das ondas oníricas.

Apenas um exemplo, observe-se a formação do vocábulo composto e da regência verbal no verso seguinte do poema:

Além Tédio
“E doente-de-novo, fui-me Deus”

ou ainda no poema:

Não
“Tudo é oiro em seu rastro
Adivinho alabastro... detenho-me em luar”...

Peço imensa desculpa mas não resisti!

Beijocas

8:33 PM  
Blogger saltapocinhas said...

Complicado o homem...por isso deu no que deu... :-(

10:06 PM  
Blogger Carlos Gil said...

Um dos meus favoritos. Bem lembrado...

1:45 PM  
Blogger HPL said...

eu também gostei mito do poema e da cançao e fiz uma video presentaçao

http://www.youtube.com/watch?v=CHwPgxTIK5E

4:39 AM  
Anonymous Anonymous said...

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4:30 AM  
Anonymous Anonymous said...

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2:14 AM  

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