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Mínimo sou, mas quando ao Nada empresto a minha elementar realidade, o Nada é só o Resto. Reinaldo Ferreira

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Saturday, March 19, 2005

Gepeto: O pai que queria um filho


Creio que a história de Pinóquio criada por Carlo Collodi no século XIX, é a que melhor retrata, na Literatura Infantil, o amor que um pai pode ter a um filho.
Gepeto, o velho marceneiro que vive sozinho, constrói um boneco de madeira a partir de um tronco de carvalho porque deseja muito ter um filho para sua companhia e chama-lhe Pinóquio.
Como todos os filhos, Pinóquio, sai de casa, cumprindo o ritual de crescimento e conhecimento do mundo. E, como todos os filhos, não dá muita importância aos conselhos do pai.
Após algumas aventuras tristes, sofrendo a rejeição e o desengano, Pinóquio reconhece nos ensinamentos de Gepeto o verdadeiro amor de pai que perdoa qualquer coisa no filho, porque é filho.
E nós que somos pais, reconhecemos no bem querer do nosso pai o bem querer que temos pelos nossos filhos.



Poema para o Pai


Hoje é o teu dia pai!
O mundo criou-o para eu te lembrar uma vez por ano.
Depois pai... são outros dias.

Mas eu não quero saber de ti só por um dia, pai
eu lembrar-te-ei todos os dias
porque um dia
ensinaste-me a andar de bicicleta
transportaste-me às cavalitas quando parti o pé
correste atrás do miúdo que me bateu
levaste-me ao cinema ver a Branca de Neve
disseste ao fantasma que vivia debaixo da minha cama para me deixar em paz
não gritaste comigo quando perdi o ano na escola
respeitaste a minha ideia e a minha vontade quando me fiz gente

por isso, para mim, pai, lembrar-te-ei todos os dias.



Leonor

6 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Leonor,
Ontem o post desapareceu não sem antes ter lido a história do Pinóquio.
Hoje apareces com um poema ao pai que me fez estremecer o coração e aflorar uma lagrimita ao canto do olho.
Em meu nome e, acredito, em nome de todos os pais, muito obrigado por te teres lembrado de nós.
Bem hajas e bom domingo.

4:42 PM  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Oi Leonor,
deixo as mesmas palavras que deixei para ti no "Poetas e Afins"

O Dia do Pai, como todos os dias de qualquer coisa, gira, cada vez mais, em torno do consumismo. Perfumes, flores, gravatas... presentes que não superam um simples beijo e o repetir da frase original: "És o melhor pai do mundo!"

Tudo começa com o enamoramento por aquela que lhe dará um sucessor para o seu nome. Depois vêem os nove meses de espera, recheados de cedências a caprichos e desejos maternos, de idas ao médico e de compras e mais compras, de tudo o que é indispensável para o enxoval do bebé. A decoração do quarto é sempre uma dor de cabeça que fica relegada para segundo plano quando se vê a primeira ecografia do rebento.

Ser Pai
Ser Pai é receber a notícia de que aquela a quem amamos está à espera de um filho nosso.
Ser Pai é acompanhar, durante nove meses, o estado de graça da mulher.
Ser Pai é partilhar as idas ao médico.
Ser Pai é passar noites em branco, ao som do choro do bebé.
Ser Pai é mudar fraldas
Ser Pai é dar banho à criança
Ser Pai é dar a mão aos primeiros passos da vida do bebé
Ser Pai é transmitir confiança e segurança
Ser Pai é saber respeitar para ensinar a ser respeitado
Ser Pai é ter a certeza de que, mesmo não estando presentes, alguém nunca se esquece de nós.
Ser Pai é uma infinidade de coisas que não cabem em palavras e frases feitas
Ser Pai é ser único, é ser Amor na forma mais pura
É ser completo, simplesmente porque sim!

(Anónimo)

Um beijo c/muito carinho
Betty

12:47 AM  
Blogger isa xana said...

gostei muito deste post, especialmente do poema... uma linda declaração de amor.

beijinho

3:15 AM  
Blogger Leonor said...

Ai José nem me fales no apareccimento e desaparecimento do post... O meu computador é um temperamental.rs

Betty, que bom. o Poetas bem precisa de palavras bonitas mas o meu blog também.

Isa, gosto que apareças.

Ok, Micróbio, obrigado.

3:47 PM  
Anonymous Anonymous said...

Há filhos que não querem pais, há pais que não querem filhos. Há, contudo, a Carência Infinda de ter um Pai no verdadeiro sentido da palavra que deixa um imenso vazio quando deixa de existir... **M.P.

4:18 PM  
Anonymous Anonymous said...

Leonor,
Tenho que ser sincero: este poema do Dia do Pai fez-me chorar, e chorar faz bem em qualquer idade, dependendo dos sentimentos e do coração de cada um de nós...
Um Abraço

3:05 AM  

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