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Mínimo sou, mas quando ao Nada empresto a minha elementar realidade, o Nada é só o Resto. Reinaldo Ferreira

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Dizem que sou como o sol mas com nuvens como na Cornualha

Thursday, March 03, 2005

Tremores de Terra


Vai haver no próximo sábado, dia 5 de Março, uma simulação de um sismo no parque da Bela Vista, em Lisboa, lá no sítio onde se fazem os concertos musicais do Rock In Rio, a fim de ensinar à população em idade escolar como agir em tais casos.

Nada melhor que experimentar na pele o fenómeno, ainda que suposto, e ainda bem que fingido, para ter a noção da utilidade do concreto em detrimento da só teoria.

Mas amanhã, se Deus quiser, não será a véspera desse dia, como diziam os gauleses de Uderzo e Gosciny.

A dona Eulália, auxiliar de muitos anos da escola entrou na sala, avisando do evento.
Logo à partida a turma mostrou-se desinteressada. Não que tivesse alguma coisa de importante para fazer nesse dia mas… sei lá… não vou… não quero.

Os anos de serviço da dona Eulália naquela escola de Chelas fê-la reforçar o aviso (parece que é muito importante angariar participantes para o evento porque senão não valerá a pena fazer tremer o solo só para um gato pingado).

- Vai ser distribuído um lanche. – disse a senhora.

E logo de imediato, a vontade daqueles miúdos, essa firmeza na decisão e constância na execução, girou cento e oitenta graus.

Onde é que é isso? A que horas? Quando? - as vozes atropelavam-se.

E, perante aquele episódio, ali estava eu, na border line, entre a razão e o que a ela é contrário, a tentar perceber certas facetas do meu mundo.
Leonor

6 Comments:

Blogger M.P. said...

Exactamente, Leonor... É isso mesmo... Estes nossos jovens têm destas coisas inexplicáveis.Há também coisas inexplicáveis que eles ainda fazem sentir apesar de todo um sufoco de profissão incompreendida que tem quem com eles partilha saberes ... E que são simplesmente indescritíveis!**

10:59 PM  
Anonymous Anonymous said...

Pois, há sandes? Onde é? a que horas? Esta juventude está sempre de pé atrás, e só em trocas, por trocas entenda-se, receber algo... Faz pensar, e a pergunta baila-me assustadoramente na minha cabeça: " Que damos hoje aos nossos jovens? Qualidade? Irrita-me vêr às vezes classificarem os professores como profissionais... apenas! Sê-lo-ão claro, mas exercem um sacerdócio, porque se não fôr assim... sandes, não há... que pena, não posso ir... Eu tinha professores que apenas pelo chamado iria sempre, e, outros ... só com sandes... O tema é optimo, e escreveria agora um livro sobre isso. Já dei aulas, sei o quanto é difícil, por isso quando alguém me diz que é professor, penso logo que estou perante uma pessoa especial... Ah! o tremor de terra experimental, útil, muito útil e deveria ser feito a outros níveis... O saber daquela criança, numa aula de ciências, sobre ondas gigantes, salvou muita gente naquele dia fatídico...Belo tema, Ricky

9:38 AM  
Anonymous Anonymous said...

Uma vez vi uma reportagem sobre elefantes órfãos. Perderam a cadeia hierárquica, tornaram-se "selvagens", intratáveis. Os "pais" já há muito se suicidaram, mataram o cargo, salvas
algumas excepções. Não se pode domesticá-los novamente, aos pais?
VP

1:23 PM  
Anonymous Anonymous said...

Um tema interessante e que daria pano para mangas...
Isso faz-me lembrar tantas simulações efectuadas aqui na Maia e a forma como a população (crianças, jovens, adultos) as recebeu.
Acho, Leonor, que é uma atitude louvável, mais que estais numa "zona vermelha", zona risco de onda sísmica.
Pensava que a mentalidade das crianças do sul fosse diferente das do norte.
Acções destas nas escolas, apesar da boa vontade de certos professores (não chamo "professor" aquele indivíduo que apenas se limita a "vender" aulas!), esbarra-se quase sempre numa questão de educação dos "meninos", educação essa que deveria começar em casa, pelos pais... mas estes continuam a "ver" a Escola como depósito onde deixam os filhos enquanto vão trabalhar...
Será que os homens do amanhã só mostrarão disponibilidade, interesse e acção a troco do acenar da cenoura?
Pobre Humanidade, para onde caminhas...
Bom fim de semana.

2:40 PM  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Olá Leonor,

Estou plenamente de acordo, com o comentário do
josé gomes (ao que peço perdão pela liberdade por mim tomada. Faço das dele, as minhas palavras.

Um beijo

Betty

1:06 AM  
Blogger Leonor said...

Ou seja...

A escola já não é o que era...

Mas ainda bem, ainda bem...
agora existem as emoções, a opinião livre, o saber não imposto...

1:29 PM  

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