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Mínimo sou, mas quando ao Nada empresto a minha elementar realidade, o Nada é só o Resto. Reinaldo Ferreira

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Dizem que sou como o sol mas com nuvens como na Cornualha

Wednesday, February 23, 2005

Paixão Pela Vida



Falava com o meu pai e pelo meio de conversas sobre acontecimentos recentes intercaladas com outras de acontecimentos passados, filosofávamos. “Na vida há várias paixões – dizia o meu pai – a paixão pela vida é uma delas.”
O seu trocadilho dito com tanta certeza, a certeza de quem já viveu imenso, conduziu-me mentalmente para onde só as almas podem ir quando o corpo as aprisiona temporariamente num determinado espaço.
Existem várias paixões, sim, pai… respondi baixinho, mas tão baixinho que só eu pude ouvir o que dizia.
Existe a paixão pelo saber que nos leva, a anos e anos de dedicação a justificar uma causa na qual acreditamos… (ah! Galileu, senão fosse a tua perseverança apaixonada em mostrar a imensidão do Universo com as tuas lentes, enfrentando mentalidades movidas por zelos religiosos excessivos, ainda estaríamos a pensar como Ptolomeu).
Existe a paixão carnal, inclinação por afectos violentos, amores ardentes que nos leva a condutas e a pensamentos irracionais, mas que sem ela é impossível a existência humana. Existe a paixão pela escrita que nos leva a imaginar cenários fantasiosos a partir de cenários reais para nos sentirmos viver, experienciando emoções que de outra forma, tantas vezes, nos é interdito.
Existe a paixão pela vida… acorda, levanta, anda, ri, ama, conversa, descansa, grita, desiste, pensa, odeia, continua, deita, dorme.
E no dia seguinte, o mais do mesmo.
Ainda assim, todos os dias procuro a cor azul do céu, a agitação das folhas nas árvores os tímidos mas ofuscantes raios de sol numa saudação de bom dia.
Os pássaros cantam e quando cantam aquietam-me os ouvidos, as flores descerram e quando descerram cativam-me o olhar…
Desta e daquela maneira, ando, corro, converso, grito, ouço, desejo… numa rotina explosiva de sentimentos com os dias e as noites, alimentando a minha paixão pela vida.

Leonor

11 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Um belo texto. Gostei muito. Mas muito mesmo.

8:22 AM  
Anonymous Anonymous said...

Gostei imenso, mas tenho de justificar, porque mereces uma apreciação mais condizente... e, ao meu nível! Frases como esta "...conduziu-me mentalmente para onde só as almas podem ir quando o corpo as aprisiona temporariamente num determinado espaço.", transportam-nos para uma dimensão diferente, e todo o texto, nos toca no interior de forma sublime.Obrigada por me teres dado esta pérola para lêr e... deliciar-me! Bjinho Ricky

10:09 AM  
Anonymous Anonymous said...

Fiquei deliciado com o teu texto, Leonor.
As paixões que, com muito amor defines, aproximaram-se muito daquilo que sinto, vejo, ouço, cheiro... deve ser por isso que estamos sentados nas duas pontas do aro-íris... quando é que vamos atravessar a ponte?
Um abraço, Leonor...

11:56 AM  
Blogger Leonor said...

Olá Ricky. Até que enfim apareces.Olha... li os teus comentários todos e de ti, muito sinceramente, amigo das literaturas, não esperava outra coisa senão essas palavras bonitas que me deixaste aqui neste blog.
obrigado

Gaivota... Fernão Capelo? Nice to meet you.

José, as paixões são comuns a todo o ser humano. Afinal, a par da nossa racionalidade, é isso que nos define. (Rousseau? qual quê!!!.....)

7:57 PM  
Blogger Leonor said...

This comment has been removed by a blog administrator.

7:57 PM  
Blogger M.P. said...

Olá, Leonor! O teu texto vem de encontro ao que tomo por Viver. Uma pessoa sem Paixão ou sem Paixões é uma pessoa cinzentona, sem qualquer carisma... E são estes Sentimentos Fortes que nos fazem mover montanhas!! :)**

8:35 PM  
Anonymous Anonymous said...

Oh, não, Leonor... Fernão Capelo Gaivota, não!!!

9:07 PM  
Anonymous Anonymous said...

This comment has been removed by a blog administrator.

11:21 AM  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

«Todas as pessoas, todos os acontecimentaos da nossa vida estão ali porque os criamos. Aquilo que queremos fazer com eles só depende de nós»

(Richard Bach)

Adorei querida Leonor...

Beijos

Betty

PS: Tenho outro blog passa por lá, vai aqui o link.
http://livroseleituras.
blogspot.com (é claro que o endereço é todo junto)

2:59 AM  
Blogger Leonor said...

Cinzento, nunca M. P.
verde de raiva, amarelo de enjoado, vermelho de ódio, branco de paz... mas cinzento não.

Ah! Betty...
existencialista, hein?

12:55 PM  
Anonymous Anonymous said...

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2:42 PM  

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